Histórico

Moradores acusam forças brasileiras de matar três no Haiti

Pelo menos três pessoas morreram na favela de Cité Soleil, a maior e mais violenta do Haiti, quando um protesto contra a suposta destruição de casas por soldados da Organização das Nações Unidas (ONU) se tornou violento, disseram testemunhas. Moradores afirmaram que as vítimas foram mortas por soldados brasileiros. O Brasil comanda a força de paz da ONU no país.

Os tiros foram disparados depois que os manifestantes entraram em confronto com as forças da ONU, a quem acusam de destruir casas para abrir caminho para uma estrada, segundo as testemunhas, que pediram para não ter seu nome revelado por medo de represálias.

Uma porta-voz da força de paz da ONU no Haiti, Sophie Boutaud, disse não poder informar se alguém foi morto ou ferido durante o confronto.

Mas ela disse que os soldados da ONU apenas estavam tentando derrubar muros baixos para abrir caminho para uma estrada pavimentada, quando revidaram tiros disparados contra eles por uma conhecida gangue armada de Cité Soleil.

Um repórter da Reuters viu o corpo de um homem de meia idade, morto no conflito. O repórter, no entanto, não pôde confirmar as outras mortes e as alegações das testemunhas de que três crianças ficaram feridas.

Marc Evans, uma das testemunhas, disse que uma pessoa tentou jogar um coquetel molotov contra os soldados da ONU, mas insistiu que não houve disparo de arma de fogo contra as tropas.

Vários grupos armados do empobrecido país caribenho seriam leais ao ex-presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide, que foi derrubado do poder em fevereiro de 2004 por uma rebelião armada e pressões dos Estados Unidos e da França. Quatro meses depois a força de paz da ONU foi enviada ao país para tentar estabilizá-lo.

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