Histórico

Na Califórnia, governo prossegue instalação de cerca na fronteira

Ecologistas alertam para risco ambiental numa área que é habitat natural de muitas espécies

Quase na surdina, o governo federal dos EUA vai tocando a instalação de uma cerca metálica na fronteira entre a Califórnia e o México. A iniciativa, que recebeu críticas não só de ativistas que defendem os direitos dos imigrantes, mas também de ecologistas que demonstraram preocupação com o impacto ambiental que a obra poderá causar, faz parte do projeto de proteção da fronteira contra a entrada de indocumentados no país.

A cerca terá quase cinco metros de altura e 3,5 milhas de comprimento, complementando a divisória que já existe no local desde a década de 90. “A obra vai nos ajudar no policiamento e controle deste área, em primeiro lugar impedindo a entrada irregular na América, e em segundo lugar colaborando no combate à violência”, disse Julius Alatorre, porta-voz da Patrulha da Fronteira, em San Diego. Segundo ele, as estatísticas mostram que a ocorrência de assaltos, detenções e outros problemas criminais diminuiu depois da colocação da primeira parte da cerca.

No entanto, o projeto foi interrompido devido às numerosas ações de ambientalistas, que são contra a instalação de uma cerca em um local repleto de zonas arqueológicas e habitat naturais de várias espécies. Um dos temores é que a erosão afete o leito do Rio Tijuana, uma reserva ecológica nacional. “Algumas espécies, inclusive, correm risco de extinção”, afirmou Mike McCoy, presidente de uma entidade que luta pela restauração do Rio Tijuana.
Em 2005, o Congreso deu plenos poderes ao Departamento de Segurança Nacional (DHS) para suspender qualquer lei existente que pudesse interromper a construção do muro fronteiriço, com o apoio do secretário da pasta, Michael Chertoff, e com decisões favoráveis da Suprema Corte.

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