Um levantamento do Instituto Sou da Paz revela que armas de estilo militar, como fuzis semiautomáticos, têm chegado com mais frequência às facções criminosas do Sudeste do Brasil. Entre 2019 e 2023, as apreensões desse tipo de armamento cresceram 11,4%, de acordo com o estudo que analisou quase 7 mil armas confiscadas.
Embora a maioria das armas seja produzida no Brasil, os EUA aparecem como segunda principal origem de armamentos e componentes. Muitas vezes, peças importadas são montadas localmente, criando um fluxo de armas que alimenta o mercado ilegal. Pesquisadores destacam que rotas de contrabando incluem Paraguai, Peru e Bolívia, facilitando a entrada de armas e peças norte-americanas.
O estudo também aponta que a flexibilização das leis de armas durante o governo Jair Bolsonaro contribuiu para o aumento do arsenal em circulação. Entre 2018 e 2022, o número de armas registradas em mãos de civis praticamente dobrou, de 1,3 milhão para 2,9 milhões, e parte desse arsenal foi desviada para o crime organizado.
Em julho de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reverteu grande parte dessas medidas, restringindo o acesso a armas semiautomáticas, reduzindo o número permitido de armas por pessoa de quatro para duas e exigindo comprovação de necessidade. No entanto, o estudo mostra que os efeitos da flexibilização ainda são sentidos nas ruas, com facções mantendo acesso a armamentos pesados.
Com informações da ABC News e UOL.