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Organizações pedem a Obama o fim das batidas

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Em uma carta enviada este mês para os escritórios centrais da campanha de Obama, as organizações pró-imigrantes exigem um projeto de reforma que “proteja as fronteiras” e também “permita o caminho para a legalização” para milhões de imigrantes indocumentados “sem antecedentes criminais”, em especial “para aquelas famílias com filhos menores de idade nascidos nos Estados Unidos”.
“Queremos evitar uma injusta separação familiar, algo que o presidente eleito Obama prometeu em sua campanha e obteve mais de 65 por cento do voto hispânico” na eleição de 04 de novembro, disse José Lagos, diretor da Unidade Hondurenha de Miami.
A nota menciona também a preocupação dos ativistas em torno de quem será o novo chefe de gabinete da Casa Branca, pois, de acordo com matérias de jornais, recentemente durante uma demostração diante do escritório do congressista Rahm Emanuel (democrata de Illinois) ele afirmou que “a reforma imigratória será possível até o segundo mandato de um presidente democrata”.
“Consideramos inaceitável demorar o debate e a aprovação da reforma imigratória além de 2009”, alertou Lagos.

Dedo na tomada
Em relação à pergunta sobre que tipo de gestões serão realizadas para promover o debate da reforma no Congresso no início do próximo ano, Nora Sandigo, diretora da Fraternidade Americana, disse que “esperamos que as coisas mudem, que não haja mais pretextos para resolver o problema dos hispânicos, sobretudo quando foi feito um compromisso com a comunidade e esta comunidade se voltou para dar seu apoio ao novo presidente”.
“Temos esperança em Deus de que esta vez se fará justiça com as famílias. É horrível ver tantos lares destruídos. O primeiro passo foi mandar a carta e agora esperamos uma resposta”, acrescentou.

A respeito de uma resposta imediata sobre o pedido de interrupção às batidas, Sandigo disse que “daqui até 20 de janeiro não se fará muito. Quem sabe Obama peça a parada das deportações ao governo de Bush e talvez não aconteça nada. Mas depois de 20 de janeiro confiamos que algo seja feito, que escute a petição e as detenha para que el Congresso debata o tema”.
“Os democratas ganharam tudo: a Casa Branca, a Câmara de Deputados e o Senado. Agora não há dúvidas de que poderão entrar em acordo para aprovar um projeto que inclua a legalização dos indocumentados”.

Esforço concentrado

Na véspera, a presidente da Câmara de Deputados, Nancy Pelosi (democrata da Califórnia), disse numa coletiva de imprensa em Washington que “se exigirá muito esforço” encaixar a reforma imigratória na próxima sessão legislativa e advertiu que sua apresentação e aprovação terá de ser de forma “bipartidária”.

Embora a líder não tenha querido aventurar-se sobre quando o Congresso poderá retomar o plano, salientou que seu sucesso dependerá do apoio tanto de democratas como de republicanos, e este trabalho exigirá “muito esforço… mas é o caminho a ser seguido”.
“Sabemos que o tema da imigração não é prioritário nestes momentos para o presidente eleito”, disse Sergio Massa, presidente da Coalizão Peruano Americana, “mas vamos tratar de levar esta prioridade para que a considere”.

“No momento creio que o ponto principal do presidente Obama é a economia. Não resta dúvida. Mas reitero que faremos com que o tema imigratório seja uma prioridade para ele e que esta preocupaçãao chegue ao Congresso”.

Lagos assegurou que “comprendemos que há vários temas de suma importância para nossa nação, mas a reforma imigratória é um deles. Pedimos ao presidente Obama, respeitosamente, que trabalhemos todos juntos para resolvê-lo”.

Promessa de campanha

Durante a campanha presidencial, Obama disse perante aos fóruns hispânicos que respaldará o debate sobre um projeto de reforma imigratória durante o primeiro ano de seu mandato. “Nossa posição é bastante conhecida e seu compromisso sobre a reforma imigratória e todos os assuntos importantes para os latinos continua de pé “, disse Federico de Jesús, porta-voz hispânico do presidente eleito.”Os compromissos não mudaram, conitnuam sólidos”, enfatizou.

Nos últimos três anos o debate sobre a reforma imigratória sofreu duas importantes derrotas no Congresso.

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