Estados Unidos

País dividido decide seu futuro na terça-feira

Joe Biden e Donald Trump disputam voto a voto as eleições mais participativas da história dos EUA

Estados Unidos vivem uma das eleições mais disputadas de todos os tempos (foto: Al Drago/Reuters)
Estados Unidos vivem uma das eleições mais disputadas de todos os tempos (foto: Al Drago/Reuters)

Até esta quinta-feira, 29 de outubro, 80,4 milhões de americanos haviam votado antecipadamente – número que ultrapassa em mais de 50% o total de pessoas que votaram em 2016. 

O recorde de votações antecipadas se deve em parte à pandemia de covid-19, que tem feito com que as pessoas compareçam às urnas mais cedo para evitar as aglomerações do último dia de votação. Mas também reflete um país profundamente dividido entre duas propostas de governo completamente diferentes.

Segundo o 2020 US General Election Early Vote Statistics, os Democratas dominam a preferência dos eleitores com 51,5% dos votos computados até o momento, contra 42,9% dos Republicanos. Nos estados conhecidos como “swing states”que podem dar a vitória a qualquer um dos candidatos, a disputa está ainda mais acirrada.  

Na Flórida, os dois adversários aparecem tecnicamente empatados com 48,4% para Biden e 47,2% para Trump. Em Ohio, Trump vence por 48,5% contra 46,6%, em North Carolina a diferença é menos de um por cento: 49,4% Trump e 48,9% Biden.

Quando se considera que o sistema eleitoral dos Estados Unidos é complexo e nem sempre vence quem tem mais votos, a previsão do nome que governará o país pelo menos por mais quatro anos fica ainda mais difícil. Se por um lado latinos têm preferido Trump, por outro, a maioria da comunidade negra apoia Biden.

A comunidade brasileira também tem surpreendido. Uma pesquisa encomendada pela BBC ao Instituto Ideias e divulgada nesta quinta-feira (29), mostra que três em cada quatro imigrantes brasileiros com direito a voto nos EUA declarou apoio ao Democrata. 

A pesquisa ouviu 800 brasileiros maiores de 16 anos, entre os dias 26 e 27 de outubro, nos Estados da Flórida, Virgínia, Maryland, New Jersey, New York, Massachusetts, Texas, Illinois e Califórnia, além do Distrito de Columbia, onde fica a capital do país. 

Segundo o Instituto, a explicação para a ampla preferência pelo democrata também surge em uma pesquisa realizada em setembro de 2020: 77% dos entrevistados se disseram contrários ao aumento nas restrições do governo americano sobre a imigração legal ou ilegal.

Questionados sobre quais devem ser as prioridades do próximo presidente, os brasileiros colocam em primeiro lugar, em empate técnico, a busca por uma vacina contra a covid-19 (23%), a recuperação da economia (22%) e a melhoria do sistema de saúde (19%). Na sequência, estão itens diretamente ligados à questão da imigração. Para 15%, a reforma do sistema migratório americano é o ato mais urgente do próximo mandatário e, para 13%, o presidente deveria se dedicar a criar um caminho para regularizar os indocumentados.

Foi exatamente o teor da proposta de Biden no último debate presidencial entre os candidatos, há uma semana. O democrata afirmou que levará adiante uma reforma do sistema e que enviará ao Congresso uma proposta para dar cidadania americana a 11 milhões de imigrantes que vivem de modo ilegal nos EUA hoje.

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