Histórico

Passados dois anos, acidente aéreo pode ficar sem punição

Parentes das vítimas do vôo 1907 da Gol reclamam da demora no relatório

O ato para prestar homenagem às vítimas do vôo 1907 da Gol, no Jardim Botânico de Brasília, dois anos após a tragédia que matou 154 pessoas em 29 de setembro de 2006, serviu também como protesto. Familiares dos passageiros e tripulantes que estavam no Boeing que se chocou com um jato Legacy criticaram que até hoje não exista uma definição sobre os culpados pela tragédia. O grupo aproveitou para reclamar da morosidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que só em junho deste ano enviou o relatório final para análise das autoridades dos Estados Unidos.

Em meio às árvores plantadas no ano passado para homenagear cada um dos mortos, os parentes fizeram uma roda de orações e citaram o nome das vítimas. Segundo Anne Caroline Rickli, filha da vítima Maria das Graças Rickli e integrante da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, o Cenipa demorou a terminar o relatório para que passe o prazo de prescrição, impedindo as famílias de buscar reparação na Justiça contra eventuais culpados, entre eles, possivelmente, controladores de vôo da Aeronáutica.

A maior parte das famílias ainda não foram indenizadas pelo acidente. As poucas exceções são aquelas que fecharam acordos diretamente com a Gol. Neuza Machado, viúva de Valdomiro Henrique Machado, reclamou que os pilotos do Legacy, Jan Paul Paladino e Joseph Lepore, tenham sido liberados para voltar para os EUA.

Em nota oficial, a Gol informa que tem se empenhado em indenizar os familiares das vítimas do acidente. Segundo a empresa, Das 91 famílias que procuraram a Companhia, 76 já fecharam acordos, beneficiando 231 pessoas, entre pais, mães, filhos e esposas.

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