Histórico

Reforma imigratória depende de “muito esforço”

Deputados começam a debater o tema em breve

A presidente do Congresso, a democrata Nancy Pelosi (representante da Califórnia), afirmou que a inclusão do tema reforma imigratória na pauta daquela casa no início do próximo período legislativo, em janeiro de 2009, só acontecerá com “muito esforço” e com a apresentação de um projeto bipartidário. Apesar de o partido do presidente eleito, Barack Obama, ter ampliado a sua maioria tanto no Senado quanto na Câmara de Representantes, ela não quis arriscar uma previsão acerca da retomada dos debates sobre o controvertido assunto.

“Vamos governar de acordo com as nossas prioridades legislativas, a partir de um cronograma que ainda não foi preparado”, adiantou Pelosi. Para ela, as chances de êxito de uma eventual reforma imigratória estão depositadas numa iniciativa conjunta entre democratas e republicanos. “Este é o caminho que temos que seguir e de forma consistente”, disse, ressaltando que entre 2005 e 2007 várias idéias foram apresentadas, desde a expulsão de 12 milhões de indocumentados até a possibilidade de obtenção de cidadania entre oito e 15 anos.

Um aspecto, porém, a presidente do Congresso fez questão de enfatizar. “As operações contra imigrantes, que estão separando as famílias, são inaceitáveis”, afirmou Pelosi, em consonância com o porta-voz da campanha de Obama junto à comunidade hispânica, Federico De Jesús. Este, em recente entrevista, garantiu que os compromissos feitos pelo democrata antes da eleição continuam valendo. “O plano específico de como promover essa agenda legislativa será determinado quando a equipe de transição inicie seu trabalho”, explicou Federico.
Nunca é demais lembrar que, durante a campanha eleitoral, Obama reiterou em diversos fóruns latinos o compromisso de promover uma reforma imigratória integral durante o primeiro ano de governo. A promessa foi lembrada por diversos grupos de proteção aos imigrantes – entre elas o Conselho Nacional de La Raza (NCLR, na sigla em inglês), a maior organização hispânica da América – através de uma carta enviada ao presidente eleito, logo após o anúncio de sua vitória nas urnas. Questões como a reforma imigratória e a ampliação da cobertura médica foram decisivas para que o candidato democrata recebesse o apoio da comunidade latina.

Nos últimos três anos, o debate sobre a regularização de mais de 12 milhões de indocumentados nos EUA sofreu revezes no Congresso. O primeiro fracasso ocorreu em 3 de junho de 2006, quando a maioria republicana cancelou a criação do chamado Comitê de Conferência, que deveria harmonizar duas leis aprovadas pelo Congresso: uma favorável aos imigrantes (a do Senado) e outra radicalmente contra (a do Câmara de Representantes). Na terceira semana de maio de 2007, uma comissão formada por representantes democratas, republicanos e ainda da Casa Branca anunciou a elaboração de uma nova proposta, que incluía uma via de legalização para os estrangeiros sem antecedentes criminais. O projeto não foi à frente por falta de apoio no Senado.

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