Histórico

Republicanos querem cortar benefícios fiscais para ilegais

Iniciativa gerou revolta entre grupos de apoio às comunidades hispânicas nos EUA

Os republicanos querem acabar com certos incentivos fiscais para os imigrantes ilegais – cheques de restituições que podem chegar a $1,800 dólares por família – uma iniciativa que gerou revolta entre as comunidades hispânicas e alguns parlamentares democratas.

A proposta, que exigiria o número de seguro social (Social Security) para requerer o benefício – provando assim que o requerente é um trabalhador legal – foi apresentada como uma alternativa para subsidiar o corte nos impostos dos trabalhadores americanos, o que poderia economizar cerca de $10 bilhões aos cofres do tesouro em uma década.

O Líder da Maioria no Congresso, senador Harry Reid, democrata de Nevada, afirmou que a proposta é injusta com os filhos de trabalhadores hispânicos mais pobres, muitos deles nascidos nos EUA, e portanto cidadãos americanos.

A conselheira Leticia Miranda, do National Council of La Raza, um dos mais influentes grupos de apoio aos imigrantes do país, comentou que “são pessoas que ganham um pouco mais que o salário mínimo, que estão criando seus filhos neste país – e ainda vão ter que pagar a conta do corte nos impostos? Isso é um ultraje, uma loucura.”

De seu lado, os republicanos, e mesmo alguns democratas, afirmam que loucura é discutir se o governo deveria ou não cortar benefícios para pessoas que entraram no país ilegalmente.

Os imigrantes ilegais já perderam outros benefícios, como o aplicado aos trabalhadores de baixa renda isentos de pagar imposto, mas que recebem cheques do governo. Tais créditos são um instrumento eficaz de incentivo econômico, porque para se qualificar o beneficiado tem que estar empregado.

Mas uma lei de 1997, estabelecendo um crédito de $500 por dependente, não exclui especificamente os ilegais na obtenção desse benefício. Em 2001, esse crédito aumentou para $1 mil, e as exigências para o recebimento foram facilitadas para mais pessoas se beneficiarem. Em 2009, as regras foram mais flexibilizadas, e mais pessoas ainda tiveram acesso ao crédito. Essa regras devem expirar no final de 2012, juntamente com outras medidas de corte concedidas no governo Bush, e retornar aos $500 dólares originais por dependente, embora alguns acreditem que poderá permanecer na casa dos $1 mil.

“Embora a lei proíba que estrangeiros morando sem autorização nos Estados Unidos recebam a maioria dos benefícios federais, um número cada vez maior desses indivíduos estão declarando seus impostos de renda e requisitando seus créditos na forma de restituições”, disse o deputado Sam Johnson, republicano do Texas, durante um debate na Câmara dos Deputados sobre corte de impostos, em dezembro. “Os imigramtes ilegais custaram $4.2 bilhões para os contribuintes americanos (em 2010). Acho que já está na hora de consertar isso.”

A situação trouxe um dilema para os democratas. Se eles combaterem a iniciativa republicana para cortar os benefícios aos ilegais, estarão apoiando o repasse de fundos para gente que não somente não paga impostos, mas que nem mesmo deveria estar no país, em primeiro lugar. Além disso, se aprovada, a iniciativa proposta pelos deputados republicanos vai gerar uma enorme economia – cerca de $10 bilhões em dez anos.

O Departamento do Tesouro divulgou que no ano fiscal de 2010 mais de $4 bilhões em restituições por dependentes foram entregues a 2.3 milhões de pessoas que declaram imposto, mas que não têm um número de seguro social (Social Security) para provar que são trabalhadores legais. Esse número é quatro vezes maior que há cinco anos.

Do outro lado estão os influentes grupos hispânicos, parceiros-chave dos democratas. Os opositores da medida argumentam que, de sete famílias que serão afetadas pelo corte, seis são hispânicas, com uma renda familiar média de $21,000. Restituições de $1,000 por dependente fazem uma enorme diferença nessa classe social.

Os hispânicos dizem que em muitos casos os créditos vão para trabalhadores que não são cidadãos, mas seus dependentes o são – porque nasceram aqui e têm números de seguro social. Nesse caso, tais dependentes teriam direito aos mesmo benefícios que outros em circunstâncias financeiras similares.

“Acho que o crédito fiscal para dependentes está funcionando muito bem do jeito que está, e não há necessidade de sacrificar nenhuma criança,” disse o senador Reid na semana passada. “Nosso dever é ajudá-las,” completou

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