Histórico

Rumsfeld evita batalhas com a mídia nos últimos dias no cargo

Donald Rumsfeld, famoso por combativas entrevistas à imprensa, decidiu limitar o contato com a mídia a audiências amigáveis durante os últimos dias como secretário de Defesa, em vez de enfrentar uma batalha derradeira.

O ex-lutador universitário se divertia ao brigar com repórteres durante a guerra do Afeganistão, em 2001. O presidente George W. Bush o apelidou de “ídolo da matinê na televisão”, devido à popularidade de seus pronunciamentos, freqüentemente televisionados, e a revista People o indicou como o homem mais sexy do governo.

Entretanto, conforme a guerra do Iraque se tornou progressivamente impopular, Rumsfeld, tido como símbolo do conflito, cortou as conversas com a imprensa, com o corpo de mídia do Pentágono e as entrevistas se tornaram cada vez mais tensas.

“Por que temos que continuar passando por isso?”, declarou ele com irritação em 11 de outubro, quando questionado se assumia a responsabilidade pelo o que havia ocorrido de errado no Iraque.

“É claro que assumo a responsabilidade. Meu Deus, sou o secretário de Defesa. Escreva isso. Cite as aspas. Você pode bancar isso.”

Posteriormente, naquele mês, ele declarou a um repórter que o questionou sobre o Iraque: “Você deve apenas se distanciar, observar, relaxar e entender que é algo complicado”.

Rumsfeld se distanciou bastante desde que Bush anunciou, em 8 de novembro –quando os democratas venceram as eleições no Congresso, principalmente graças à impopularidade da guerra no Iraque– que o ex-diretor da CIA Robert Gates assumiria o controle do Pentágono.

Ele não fez conferência de imprensa desde então e não levou qualquer jornalista do Pentágono para uma visita de despedida ao Iraque no final de semana passado.

Normalmente, cerca de uma dúzia de repórteres viajaria com Rumsfeld em uma visita publicamente financiada à zona de guerra. As companhias de notícia cobririam os custos de viagem, mas os repórteres iriam com o secretário.

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