Antonio Tozzi Esportes

Sayonara Tóquio, Bienvenue Paris!

Martine Grael e Kahena Kunze se tornaram bicampeãs olímpicas, pois haviam conquistado a medalha de ouro na classe 49er FX (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Martine Grael e Kahena Kunze se tornaram bicampeãs olímpicas, pois haviam conquistado a medalha de ouro na classe 49er FX (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

As previsões indicam que poderemos quebrar alguns tabus nos Jogos Olímpicos de Verão que se encerram no dia 8 de agosto em Tóquio. 

As conquistas e as decepções do Brasil nos recentes Jogos Olímpicos de Tóquio estão se esfumando nas memórias dos torcedores e de todos brasileiros. Mas ainda cabe uma avaliação final.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio chegaram ao fim neste domingo (8), e o Brasil tem motivos para celebrar a sua participação nesta edição do maior evento esportivo do planeta. Por mais que algumas decepções tenham marcado os 19 dias de competição, o país quebrou o seu recorde de medalhas conquistadas em Olimpíadas e despontou como uma das potências em novas modalidades inseridas a partir desde ano.

Antes dos Jogos de Tóquio, o maior número de medalhas conquistadas pelo Brasil em uma edição de Olimpíadas havia sido em 2016, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o país subiu ao pódio 19 vezes, com sete ouros, seis pratas e seis bronzes. No Japão, os brasileiros chegaram à marca de 21 medalhas, sendo sete ouros, seis pratas e oito bronzes.

As principais novidades dos Jogos de Tóquio foram as cinco modalidades estreantes: skate, surfe, karatê, escalada e beisebol. Apesar de não ter sido representado por nenhum atleta nos três últimos esportes, o Brasil mostrou a sua força no skate e no surfe.

A primeira medalha do país em Tóquio foi a prata conquistada por Kelvin Hoefler, no skate park. Um dia depois, foi a vez de Rayssa Leal, a Fadinha, de apenas 13 anos, subir no segundo lugar mais alto do pódio. Já nesta última semana, na modalidade park, Pedro Barros também levou a prata e fechou a participação brasileira no skate com um saldo para lá de positivo.

No surfe, o Brasil conquistou apenas uma medalha, mas foi o primeiro ouro do país em Tóquio. Dominante do início ao fim na competição, o potiguar Ítalo Ferreira atropelou o japonês Kanoa Igarashi na final e alcançou a glória máxima. Por outro lado, Gabriel Medina, tido como uma das principais esperanças brasileiras para subir ao pódio, deixou o Japão sem conquistar uma medalha, com derrotas na semifinal e na disputa pelo bronze.

Outra grande decepção foi o vôlei de praia. O Brasil, que costuma ser uma potência na modalidade, nem sequer disputou uma semifinal. As duplas Evandro/Bruno Schmidt e Agatha/Duda caíram ainda nas oitavas de final, enquanto Ana Patricia/Rebecca e Alison/Alvaro foram eliminadas nas quartas.

No vôlei de quadra, a seleção masculina, atual campeã olímpica, interrompeu uma sequência de quatro Jogos subindo no pódio ao ser derrotado pela Argentina na disputa pelo bronze. Com a derrota do Brasil para os Estados Unidos na final do feminino, o país também encerrou uma participação olímpica sem conquistar um ouro pela primeira vez desde 2000.

Quem fez história em Tóquio foi Rebeca Andrade. Além de ter encantado o mundo em sua apresentação de solo ao som de “Baile de Favela” e ter levado a prata no individual geral, a atleta conquistou o ouro no salto, sendo a primeira ginasta brasileira a subir no lugar mais alto do pódio em Olimpíadas.

Outro destaque do Brasil em Tóquio foi o boxe, que garantiu três medalhas. Após Abner Teixeira levar o bronze, foi a vez de Hebert Souza emocionar o país ao derrotar o ucraniano Oleksandr Khyzhniak com um nocaute no último round e conquistar o ouro. Na outra final, Beatriz Ferreira foi superada pela irlandesa Kellie Hurrington e ficou com a prata.

Dos sete ouros do Brasil, dois foram bicampeonatos. Após conquistar a medalha dourada pela primeira vez nos Jogos do Rio de Janeiro, o futebol masculino voltou a subir no lugar mais alto do pódio ao derrotar a Espanha na final disputada no estádio de Yokohama. Antes, Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram o ouro na vela na classe 49er FX, repetindo o roteiro das Olimpíadas em solo brasileiro.

Confira todas as medalhas conquistadas pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio:

Ouro: Ítalo Ferreira (surfe), Rebeca Andrade (salto na ginástica artística), Martine Grael/Kahena Kunze (vela classe 49er FX), Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Isaquias Queiroz (canoagem C1 1000m), Hebert Souza (boxe entre 69kg e 75kg) e futebol masculino.

Prata: Kelvin Hoefler (skate street), Rebeca Andrade (individual geral na ginástica artística), Rayssa Leal (skate street), Pedro Barros (skate park), Beatriz Ferreira (boxe entre 57 e 60kg) e vôlei feminino.

Bronze: Daniel Cargnin (judô), Fernando Scheffer (natação 200m livre), Mayra Aguiar (judô), Luisa Stefani e Laura Pigossi (tênis), Bruno Fratus (natação 50m livre), Abner Teixeira (boxe até 91kg), Thiago Braz (salto com vara) e Alison dos Santos (400m com barreiras).

Em jogo tenso, São Paulo e Palmeiras ficam no empate

Esta é a quinta vez que São Paulo e Palmeira se enfrentam na Copa Libertadores da América em uma série eliminatória. E o retrospecto é amplamente favorável ao Tricolor paulista. 

O primeiro duelo entre São Paulo e Palmeiras na Libertadores aconteceu no longínquo ano de 1974. Na ocasião, as duas equipes se enfrentaram na primeira fase do torneio, e o Tricolor acabou vencendo os dois jogos, por 2 a 0, no Morumbi, e por 2 a 1, no Parque Antarctica.

Vinte anos depois, a Libertadores voltou a receber o Choque-Rei. E 1994, o São Paulo empatou sem gols com o Palmeiras na partida de ida, e venceu por 2 a 1, no Morumbi, na volta, avançando para as quartas de final do torneio sul-americano. Nesta edição, o Tricolor chegaria até a grande final, mas seria derrotado pelo Vélez Sarsfield.

A história do Choque-Rei na Libertadores não para por aí. Em 2005, ano em que se sagrou tricampeão continental, o São Paulo enfrentou o Palmeiras nas oitavas de final da competição. No jogo de ida, no Palesta Itália, 1 a 0 para o Tricolor, graças ao golaço de Cicinho. Na volta, no Morumbi, novo triunfo são-paulino, por 2 a 0, gols de Ceni e Cicinho, e classificação para as quartas de final.

Quis o destino que no ano seguinte as duas equipes voltassem a se enfrentar novamente pelas oitavas de final da Libertadores. Era a oportunidade perfeita para o Palmeiras se vingar, mas o São Paulo novamente despachou o rival, empatando em 1 a 1 no Parque Antarctica e vencendo por 2 a 1 a partida de volta, no Morumbi.

Nesta terça-feira (10), mais um capítulo da longa história de São Paulo e Palmeiras na Libertadores com o empate em 1 a 1 – gols de Luan para o São Paulo e de Patrick de Paula para o Verdão no Morumbi. Apesar do bom resultado no Morumbi, resta saber se o Verdão conseguirá, enfim, quebrar o incômodo tabu enfrentando o rival no torneio sul-americano. A resposta virá nesta terça-feira (17), quando os dois rivais voltam a se enfrentar. O Palmeiras tem a vantagem de jogar por 0 a 0, ou seja, se ninguém marcar gol no Allianz Parque o Verdão vai à semifinal. Outro empate em 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis e qualquer outro empate classifica o São Paulo. E caso uma das equipes vença a partida se classifica para jogar a semifinal.

Antes desse embate, os dois jogam no sábado (14) pelo Brasileirão. O Palmeiras vai a Belo Horizonte enfrentar o Atlético-MG. É o choque entre o líder (Galo) e o vice-líder (Verdão). Já o Tricolor paulista, 16º colocado, joga com o Grêmio, vice-lanterna do campeonato.

Flamengo carimba sua passagem à semifinal

Embora ainda vá receber o Olimpia do Paraguai no dia 18 de agosto, nem mesmo os paraguaios acreditam em uma reviravolta nesta série. Após ter vencido o time do Paraguai na quarta-feira (11) por 4 a 1 em Assunção – gols de Arrascaeta, Gabigol (2) e Vitinho e Igor Torres para o Olimpia -, ninguém tem dúvida de que o Rubro-Negro carioca apenas cumprirá tabela à espera de seu próximo adversário, que sairá da série entre Fluminense e Barcelona de Guayaquil, que se enfrentaram na quinta-feira (12) no Equador na primeira partida da série. Os dois voltarão a jogar no Maracanã em 19 de agosto.

O primeiro tempo foi muito agitado no Paraguai. O Flamengo soube suportar a pressão inicial do Olimpia e abriu o placar com Arrascaeta, aos 15 minutos, após tabela de Bruno Henrique com Gabigol. Momentos depois, Arrascaeta bateu com o braço no rosto do lateral Salazar, que precisou de atendimento médico no gramado, foi retirado de ambulância e substituído por Otálvaro. Após 11 minutos de paralisação, o jogo foi retomado. A partida esquentou. Nos acréscimos, Filipe Luís recebeu o segundo cartão amarelo, mas a expulsão foi anulada após o VAR enxergar um pênalti para o Flamengo na origem do lance em cima de Arrascaeta. Gabigol cobrou e ampliou. Na sequência, porém, Torres conseguiu diminuir de cabeça.

O Flamengo retornou melhor para a segunda etapa e encontrou o terceiro gol novamente com Gabigol. O atacante aproveitou um chute errado de Bruno Henrique e, na pequena área, escorou para o fundo das redes do Olimpia. Com a vantagem no marcador, a equipe do técnico Renato Gaúcho passou a administrar o confronto, seguiu criando as melhores oportunidades e por pouco não ampliou principalmente em lances com Everton Ribeiro, Arrasceta e o próprio Gabriel. Nos minutos finais, Vitinho, que saiu do banco, foi lançado nas costas da zaga paraguaia e fechou a goleada.

Antes, porém, o Flamengo (5º colocado) recebe o Sport em Volta Redonda, no Estádio Raulino de Oliveira, e deve confirmar sua condição de favorito e vencer o Rubro-Negro pernambucano (15º). Aliás, o Flamengo precisa somar pontos, se quiser brigar pelo tricampeonato brasileiro, porque está dez pontos atrás do Galo, e oito atrás do Verdão, apesar de ter dois jogos a menos.

Galo tem noite heroica

O Atlético-MG conseguiu uma vitória gigantesca no Monumental de Nuñez, e deixa Buenos Aires em vantagem no duelo contra o River Plate, pelas quartas de final da Libertadores, nesta quarta-feira (11). Após um primeiro tempo ruim, o Galo cresceu na segunda etapa e venceu graças a mais uma aparição da implacável lei do ex. Nacho Fernandez fez o gol da vitória por 1 a 0 (e acabou expulso depois, em lance polêmico). Foi a primeira vitória da história do Galo pela Libertadores na capital argentina.

O jogo da volta entre Galo e River Plate marcará a volta da torcida atleticana ao Mineirão após quase 1 ano e meio de ausência. A última partida com público foi em 7 de março 2020, no clássico contra o Cruzeiro. No jogo da próxima quarta (18), serão permitidos até 16 mil torcedores no estádio, o equivalente a 30% da capacidade do Gigante.

Que noite teve Nacho Fernández no Monumental! No primeiro reencontro com o antigo clube, ele foi da alegria à tristeza. Foi um dos grandes responsáveis pela melhora de desempenho do Atlético no segundo tempo e fez o gol que deu a vitória à equipe, mas não comemorou em respeito ao ex-time. Depois, acabou expulso após entrada dura em Angileri, que teve revisão do VAR. Terminou o jogo nervoso, da arquibancada, vendo os companheiros sustentar a vitória brasileira.

Mesmo com a ótima fase dentro de campo, o Galo segue agitando o mercado. A contratação do atacante Diego Costa, ex-Atlético de Madrid, já está praticamente certa e será anunciada nos próximos dias. Por outro lado, o clube acertou a venda do atacante Marrony para o futebol dinamarquês.

No sábado (14), o Atlético-MG terá outra pedreira ao receber o Palmeiras na disputa pela liderança do Brasileirão no Mineirão. O Galo lidera a competição com 34 pontos e o Verdão vem logo atrás com 32 pontos. Uma vitória do Galo ou empate serve para o Alvinegro manter a liderança. Em caso de vitória do visitante, o Palmeiras retoma a liderança, com o Galo em segundo lugar, com um ponto atrás.

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