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Sexualização na mídia afeta saúde mental de meninas, diz estudo

Alguns jogos de computador mostram imagens ‘sexualizadas’ de menina

A representação de jovens mulheres como objetos sexuais na mídia, prejudica a saúde mental de adolescentes, dizem especialistas americanos.

A exposição em revistas, televisão, videogames, videoclipes, filmes, letras de música, revistas, videogames e internet tem um efeito danoso para o desenvolvimento de garotas adolescentes, diz um relatório da Associação Americana de Psicologia, divulgado nesta segunda-feira.

A sexualização – que, segundo a associação, ocorre quando uma pessoa é vista como um objeto sexual e quando alguém é valorizado apenas por seu apelo ou comportamento sexual – pode levar à perda de auto-estima, depressão e anorexia.

Segundo o relatório, há exemplos da sexualização de jovens em todos esses veículos.

Os casos teriam aumentado com o surgimento de novas mídias, como a internet, e com a popularização do acesso à informação.

Entre os exemplos usados pelo relatório está um comercial de tênis que mostra a cantora Christina Aguilera vestida com uniforme escolar com a camisa desabotoada, lambendo um pirulito.

Efeitos negativos

“As conseqüências da sexualização de meninas na mídia hoje são muito reais e provavelmente terão uma influência negativa no desenvolvimento saudável das jovens”, disse Eileen L. Zurbriggen, presidente da força tarefa da Associação Americana de Psicologia que preparou o relatório e professora de psicologia da Universidade da Califórnia.

“Nós temos amplas evidências para concluir que essa sexualização tem efeitos negativos em uma série de áreas, incluindo o funcionamento cognitivo e físico, a saúde mental e o desenvolvimento sexual saudável”, afirmou.

As meninas podem acabar se sentindo desconfortáveis em seu próprio corpo, tendo problemas de auto-estima, distúrbios alimentares, depressão e uma auto-imagem sexual pouco saudável.

“Como uma sociedade, nós precisamos substituir todas essas imagens ‘sexualizadas’ com outras que coloquem as meninas em cenários positivos, que mostrem como são competentes e especiais”, disse Zurbriggen.

Segundo os psicólogos, os pais podem acabar contribuindo para o problema ou podem assumir uma posição protetora e educativa.

Responsabilidade

A associação fez um apelo para que os pais, educadores e profissionais de saúde fiquem atentos para o potencial impacto da sexualização sobre adolescentes.

“O objetivo é levar para todos os adolescentes, meninos e meninas, mensagens que levem a um desenvolvimento sexual saudável”, afirmou Zurbriggen.

O relatório recomenda ainda que as escolas tenham programas de educação sexual que mostrem aos alunos o impacto da exposição de jovens como objetos sexuais.

Para Andrew Hill, professor de psicologia médica da Universidade de Leeds, na Inglaterra, disse: “Se você olhar as revistas para meninas, é tudo sobre sexo. Nós somos uma sociedade visualmente absorvida, nossa visão das pessoas é dominada pela aparência delas”.

“Uma das chaves aqui é a responsabilidade social. Os anunciantes e outras mídias precisam estar cientes de que os produtos que produzem e as imagens associadas a eles têm um impacto, e esse impacto não é sempre bom.”

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