Estados Unidos

Trump faz visita histórica ao Muro das Lamentações em Jerusalém

Trump é o primeiro presidente americano a visitar o local sagrado

Trump visita o muro das lamentações em Jerusalém FOTO Evan Vucci/Associated Press
Trump visita o muro das lamentações em Jerusalém FOTO Evan Vucci/Associated Press

DA REDAÇÃO, COM FOLHA DE S.PAULO – O presidente Donald Trump visitou, nesta segunda-feira (22), as estreitas ruelas da Cidade Velha de Jerusalém e visitou o Muro das Lamentações, no primeiro dia de sua breve visita de 30 horas a Israel e aos territórios palestinos. Cercado de dezenas de agentes de segurança numa Jerusalém paralisada por um esquema de segurança que inclui mais de cinco mil policiais, ele visitou os dois locais mais sagrados para o cristianismo e o judaísmo: a igreja do Santo Sepulcro e o Muro das Lamentações. As informações são da jornalista Daniela Kresch, especial para a Folha de S.Paulo.

É a primeira vez que um presidente americano visita, durante seu mandato, o Muro das Lamentações, numa clara mensagem de apoio a Israel. Com um quipá negro na cabeça, Trump participou de uma breve cerimônia no local, acompanhado da primeira-dama, Melania, e da filha Ivanka, que se converteu ao judaísmo ao se casar com Jared Kushner, em 2009.

O passeio entre os locais sagrados foi definido como “privado” para não gerar incômodo diplomático com líderes palestinos. A comitiva de Trump, por exemplo, negou um pedido do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, para acompanhar a visita.

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, acompanhou Trump, mas, no voo de Riad (Arábia Saudita) ao Aeroporto Internacional de Tel Aviv, ele disse que o Muro fica em Jerusalém, mas se recusou a responder se fica em Israel. E, quando perguntado, ainda em Riad, para onde a comitiva estava indo, Tillerson respondeu: “Para Tel Aviv, lar do judaísmo”.

Na semana passada, um assessor de Trump havia criado desconforto com as autoridades israelenses ao dizer que o território em que se localiza Muro das Lamentações não pertence ao país.

“É maravilhoso estar aqui em Israel”, afirmou Trump. “Na minha primeira viagem ao exterior como presidente, cheguei a esta terra sagrada e antiga para reafirmar o vínculo inquebrável entre os Estados Unidos e o Estado de Israel. Agora temos de trabalhar juntos para construir um futuro em que as nações da região estejam em paz, e todos os nossos filhos possam crescer fortes e livres do terrorismo e da violência.”

“Durante minhas viagens nos últimos dias, eu encontrei novas razões para a esperança”, continuou, assinalando ter sentido que muitos países do mundo árabe tendem a se aproximar de Israel por causa do aumento da influência do Irã na região.

No beija-mão no aeroporto, Netanyahu disse: “Bem-vindo, nosso grande amigo”. E, sem saber que estava sendo filmada, a primeira-dama, Sara Netanyahu, sussurrou ao líder americano que “todas as pessoas em Israel, a não ser a imprensa, o amam”.

Outro assunto que Trump enfatizou foi o programa nuclear iraniano. Em sua campanha eleitoral, o presidente criticou o acordo firmado em 2015 entre Teerã e potências ocidentais, no qual o Irã se comprometeu a restringir o programa em troca do fim da maioria das sanções econômicas contra o país. Trump o considerou um “acordo ruim”, bem como Netanyahu.

Os Estados Unidos não reconhecem Jerusalém como a capital de Israel, postura divida com outros países da comunidade internacional. Diversos ex-presidentes americanos afirmaram que o acordo de paz entre israelenses e palestinos só se resolverá depois que as duas partes chegarem a um acordo sobre o assunto.

 

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo