Histórico

Williams terá motor Mercedes na Fórmula 1 a partir de 2014

Escuderia inglesa revela que o compromisso firmado com a fabricante alemã foi de longo praz

Equipe Williams deve tornar-se mais competitiva na próxima temporada

Da Redação com Estadão – Agora só faltam as equipes Marussia e Caterham confirmarem a unidade motriz do ano que vem. A Williams anunciou que vai correr com motor turbo V-6 de 1,6 litro e dois motores elétricos (Kers – sistema de recuperação de energia) da Mercedes. A melhor escuderia dos anos 90 na Fórmula 1 deixa, assim, o motor Renault, utilizado desde o ano passado, para receber a complexa tecnologia de 2014 da Mercedes. Com a montadora francesa a Williams foi campeã em 1992, Nigel Mansell, 1993, Alain Prost, 1996, Damon Hill, e 1997, Jacques Villeneuve, sob o comando técnico de Adrian Newey, atual diretor técnico da Red Bull.

A equipe inglesa vem contando com motores fornecidos pela Renault desde 2012

Será a quinta troca de motor desde o fim de 2005, quando a BMW deixou o time. Em 2006 competiu com Cosworth, de 2007 a 2009, Toyota, 2010 e 2011 Cosworth novamente e na temporada passada e esta, Renault. A partir de 2014, Mercedes.

A cada mudança é preciso rever profundamente o carro e não permite aos engenheiros dar continuidade ao desenvolvimento dos conceitos básicos do projeto. Dentre as razões para a Williams deixar de ser uma equipe grande está essa inconstância quanto ao fornecedor de motor. O problema já havia sido sinalizado pelo ex-diretor geral da Williams, Sam Michael, hoje diretor esportivo da McLaren.

“Não mais falamos motor na Fórmula 1, mas unidade motriz”, explica Charlie Whiting, diretor de prova e responsável pela área técnica da FIA. Em 2014, os carros terão um limite de consumo de combustível nas corridas de 100 quilos, cerca de 120 litros, enquanto hoje os carros começam as provas com algo como 180 litros ou 150 quilos. Com a pressão do turbo limitada também, haverá uma perda de potência em relação aos 720 cavalos de hoje.

É aí que entram os dois sistemas de recuperação de energia, Kers. Agora, disponibilizam cerca de 80 cavalos extra de potência por cinco segundos a cada volta. Em 2014, serão quase 200 cavalos e por 30 segundos.

“Obviamente há um custo em termos de projeto com tudo isso. O volume desses três motores mais as baterias das duas unidades elétricas é grande. Em comparação ao que temos hoje, em termos de massa, pularemos dos 90 para os 150 quilos”, explicou Newey. “Tem sido um desafio enorme para os engenheiros viabilizar esses sistemas e como instalá-los no carro”, comentou o engenheiro.

“A forte interação com o fornecedor da unidade motriz já começou há algum tempo, continuará até os primeiros testes e ao longo do campeonato de 2014. Todos têm e terão ainda tudo a aprender”. E foi contundente: “Será preciso um orçamento elevado para desenvolver tanta tecnologia cara”.

Só três fabricantes
Apenas três fabricantes de automóveis vão produzir unidades motrizes para a Fórmula 1 em 2014: Mercedes, Renault e Ferrari. A Honda confirmou sua volta à competição a partir de 2015 como parceira, a princípio, apenas da McLaren. Até agora, a Mercedes já anunciou o fornecimento de sua unidade motriz em 2014 para sua própria escuderia, claro, Force India, McLaren e Williams.

A Renault para a Red Bull e a Toro Rosso. É provável que mantenha a Lotus e a Caterham. Já a Ferrari por enquanto está com seu time e a Sauber. O acordo com a Marussia, no entanto, parece iminente.

A Renault é quem mais vai cobrar pelo powertrain, ou unidade motriz, 20 milhões de euros. A Mercedes colocou o seu pacote no mercado ao preço de 18 milhões e a Ferrari, 16 milhões. Os valores representam entre 20 e 40% a mais do que aquele pago pelas equipes a seus fornecedores.

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