Histórico

A reforma imigratória tem data marcada

Barack Obama deverá pressionar o Congresso para apresentar propostas para a reforma imigratória em fevereiro deste ano

Um assessor próximo do presidente Barack Obama disse esta semana que o mandatário continuará priorizando o tema da reforma imigratória e, mais tardar em fevereiro, pressionará o Congreso para que debata e aprove o tema que favorece milhões de imigrantes indocumentados.

David Axelrod assinalou que Obama incluirá o tema da reforma imigratória em seu Relatório sobre o Estado da União que apresentará diante do Legislativo na terceira semana de fevereiro, divulgou o Los Angeles Times.

O assessor disse aos jornalistas nos corredores do Congresso que Obama tem “quatro anos para terminar o trabalho começado” em 2009 e que “temos uma base e ele tem a oportunidade de trabalhar com ela”.

Axelrod sugeriu que os congressistas republicanos deveriam reconsiderar sua oposição à agenda do presidente, e lembrou que as pesquisas revelam que os americanos estão cansados da postura assumida pela oposição nos últimos quatro anos.

No discurso de posse, Axelrod disse que Obama destacou que as maiores conquistas se conseguem trabalhando juntos, e ressaltou ainda valores e princípios que devem nos unir () “e espero que façam isto”.

Ao ser consultado sobre quais temas encabeçam a lista de prioridades, Axelrod se negou a fixar posições, mas sugeriu que a imigração está ganhando importância à medida que as batalhas orçamentárias avançam.

Em meados de janeiro o The New York Times revelou que Obama pretende pressionar o Congresso nos próximos meses para que seja aprovada uma reforma imigratória que inclua um caminho para a cidadania.

O jornal agregou que o mandatário forçará o legislativo para que aja rápido sobre o tema, e dê uma solução compreensiva para a permanência dos milhões de imigrantes indocumentados que vivem no país.

O mandatário e os democratas do Senado (que constituem a maioria) proporão as mudanças em um projeto de lei integral, disseram funcionários.

A iniciativa procura impedir os esforços de alguns republicanos que ameaçam deter a iniciativa e sugerir a mudança de pequenos e separados benefícios, como, por exemplo, o amparo de certos jovens indocumentados conhecidos como dreamers, ou trabalhadores agrícolas imigrantes ou estrangeiros altamente qualificados.

Fragmentar a reforma imigratória desta maneira seria muito mais factível de conseguir o respaldo da ala ultraconservadora do partido republicano, disse o diário.

Cidadãos americanos

O New York Times disse que Obama e os democratas rechaçam planos de reforma imigratória que deixam fora o caminho para a cidadania americana para os estrangeiros que não possuem um status de permanência legal nos Estados Unidos.

O jornal acrescentou ainda que altos funcionários da Administração trabalham silenciosamente em uma proposta de reforma imigratória ampla. Obama e legisladores dos dois partidos acreditam que os primeiros meses de seu segundo mandato, que começou em 21 de janeiro, oferecem as melhores perspectivas para a aprovação de leis importantes sobre o tema imigratório.

A Casa Branca apontou que sua solução para os imigrantes sem papéis não se trata de uma anistia, como muitos críticos insistem, porque incluiria multas, o pagamento de impostos atrasados e outros obstáculos para os indocumentados que se qualifiquem para regularizar suas permanências nos Estados Unidos.

A ala ultraconservadora republicana assinalou não estar disposta a aceitar nenhum tipo de anistia para imigrantes indocumentados, e disse que antes de falar de reforma imigratória o governo deve primeiro assegurar as fronteiras.

Em 2012, o governo de Obama gastou mais de $18 bilhões em medidas para executar as leis de imigração, entre elas a vigilância de fronteira, o controle da imigração indocumentada e sua política de deportações.

Nos quatro anos do primeiro mandato de Obama foram quebrados todos os recordes de expulsões, com uma média anual de quase 400 mil. Em 2012 foram deportados quase 410 mil estrangeiros indocumentados, confirmou o Departamento de Segurança Nacional (DHS).

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