Histórico

A rotina de um futuro campeão

Boxeador brasileiro Michael Oliveira treina mais de oito horas por dia para o seu próximo combate, dia 11 de setembro

Sacrifício. Esta é a palavra de ordem para qualquer pessoa que queira se destacar em sua atividade. É também o que o pugilista brasileiro Michael Oliveira vem demonstrando nos treinamentos intensivos, como parte da preparação para a luta mais importante de sua breve e invicta carreira: no dia 11 de setembro ele enfrenta o boxeador americano Josh Hammock na disputa do cinturão latino (Latin Belt) na categoria dos super médios. A vitória no combate que acontecerá no Club Cinema, em Pompano Beach, no coração da nossa comunidade, representa para este paulista de 19 anos e que mora em Miami mais do que o oitavo triunfo no currículo: vale o passaporte para figurar entre os grandes nomes do esporte brasileiro na modalidade.

Jamais um sul-americano conquistou este importante título antes de completar vinte anos de idade – e Michael sabe da importância deste feito. Para alcançar seu objetivo, ele vem se dedicando a mais de oito horas de treinos diários, em até três sessões, na Normandy Gym, em Miami Beach: “Costumo dizer que as lutas são a parte boa do boxe. Difícil mesmo é a rotina dos treinamentos. Mas vale a pena”, garante Michael, que veio para Miami antes de completar o primeiro mês de vida. A paixão pelo boxe ele herdou do avô, que lutou boxe de forma amadora e chegou a treinar com o ex-campeão mundial Eder Jofre, também brasileiro.  

A rotina de Michael começa às 5:30 am, quando ele acorda para tomar um banho gelado, “para ficar ligado logo cedo”. Depois de ingerir vitaminas e uma barra de proteína, ele inicia uma corrida de aproximadamente uma hora, que é recompensada com um café da manhã – suco de laranja e clara de ovo. Na academia ele passa por treinamentos rigorosos de alongamento, mais preparação física e, finalmente, técnicas de boxe. Para esta rotina, o brasileiro tem três técnicos específicos.

Com tanto esforço, ele já atingiu o seu peso ideal para a luta: 161 libras – nada mal para quem, há poucos anos, pesava 255 libras e era considerado um adolescente obeso, para seu 1,75 m de altura. Mas engana-se quem pensa que este processo foi fácil. “Muitas vezes eu vomito nos treinos e até desmaio, tamanha a intensidade dos exercícios”, ressalta Michael. O único ressentimento para o atleta é ver o irmos amigos comendo Big Mac e saindo para a balada, enquanto ele tem alimentação absolutamente controlada e vai para cama dormir antes de 9 pm. “Não posso reclamar, pois faço o que amo”, diz o brasileiro, resignado, que estuda Fisioterapia no Miami-Dade College e pretende, no futuro, abrir sua academia.

Apoio incondicional

Tudo o que ele faz, aliás, tem o apoio da incondicional da família. O pai, Carlos Oliveira, é seu empresário e toma todos os cuidados para não queimar etapas na carreira do filho. “Ele tem todo o apoio e a infraestrutura para se tornar um grande campeão, mas, principalmente, ele tem coração e demonstra isso no momento em que sobe no ringue”, diz o pai/manager, que está programando um combate de Michael no Brasil, para abril de 2010. A vitória na próxima luta certamente vai abrir ainda muito mais portas para o brasileiro, cujos ídolos são Rocky Marciano, Muhhamed Ali e Mike Tyson .

Desafio

O desafio do dia 11 está programado para oito assaltos, mas um aviso ao público: não cheguem atrasados, pois o brasileiro costuma encerrar seus combates no primeiro round – foram cinco nocautes antes do gongo soar para o intervalo. No Club Cinema certamente estarão nomes importantes do boxe, como Glen Johnson e Bernard Hopkins, que já disputaram inúmeras lutas por títulos mundiais, e também o piloto brasileiro Helinho Castroneves, que confirmou presença na torcida. Reserve já o seu lugar para ver um brasileiro fazer história, no site www.michaeloliveira.com.

O avô de Michael, que sempre foi sua inspiração, já se foi e não pôde curtir o sucesso do neto, mas permanece uma promessa: “Eu disse a ele que um dia iria disputar um título mundial em Las Vegas”, revela o pugilista. Alguém duvida?

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