Histórico

Aeronáutica não tem data para concluir leitura de caixa-preta do avião que caiu em Santos

Acidente que vitimou o político Eduardo Campos e outras seis pessoas choca o país

DA REDAÇÃO COM AGÊNCIA BRASIL

Peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) estão trabalhando na coleta das informações registradas pela caixa-preta do avião em que viajava a comitiva do candidato à presidência da República, Eduardo Campos e que caiu quarta-feira (13), em Santos (SP). Segundo a assessoria da Aeronáutica, a transcrição da conversa entre os pilotos ainda não tem prazo para ser concluída.

Ainda de acordo com a Aeronáutica, as normas internacionais, também adotadas pelo Brasil, não estipulam prazos para a conclusão das investigações de acidentes aéreos, pois os cronogramas são definidos em função da complexidade de cada caso. No caso específico, o trabalho está sendo inicialmente considerado complexo devido aos danos na aeronave e na caixa-preta. Segundo os técnicos militares, a preservação dos registros, entretanto, só poderá ser avaliada após a abertura do equipamento.

O modelo da aeronave usada por Campos só tinha uma caixa-preta, o chamado cockpit voice recorder (CVR), que grava os sons internos da cabine, principalmente as conversas entre os pilotos. Diferentemente de aeronaves de maior porte, o jatinho executivo não é obrigado a ter o mecanismo chamado flight data recorder (FDR), que registra os parâmetros de voo, como a velocidade, as posições em que estavam posicionados os manetes e quais os comandos que foram acionados.

O avião da comitiva do ex-governador de Pernambuco caiu por volta das 10h dessa quarta-feira (13).  Quando se preparava para o pouso, a aeronave arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o avião. Os dois tripulantes da aeronave e os cinco passageiros morreram. Onze pessoas que moravam ou estavam próximos ao local do acidentes sofreram ferimentos e tiveram que ser atendidas em unidades hospitalares, mas todos já foram liberados.

Quem foi Eduardo Campos
O trágico acidente que vitimou o carismático político Eduardo Campos e também os pilotos Geraldo Cunha e Marcos Martins, o assessor de imprensa Carlos Augusto Leal Filho, o fotógrafo Alexandre Severo Gomes e Silva, o cinegrafista Marcelo Lira e ainda Pedro Valadares Neto, chocou o Brasil. A Casa Branca, em Washington, também se pronunciou em nota que dizia: “Sentimos imensa tristeza ao saber do acidente aéreo que levou a vida do candidato à Presidência do Brasil, Eduardo Campos, bem como as dos que viajavam com ele. Estendemos nossas profundas condolências às famílias, aos entes queridos dos falecidos e ao povo brasileiro. Nossos pensamentos e orações estão voltados para o Brasil neste momento trágico.

Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu em Recife, Pernambuco, no dia 10 de agosto de 1965. Economista e político brasileiro, Eduardo foi governador de Pernambuco, presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e candidato à Presidência da República.

Campos era graduado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Neto do também político Miguel Arraes que em 1979 retornou ao Brasil após 15 anos no exílio e faleceu no dia 13 de agosto de 2005. Desde cedo Eduardo conviveu com nomes emblemáticos da política local e nacional. Ele deixou esposa e cinco filhos. Um de seus filhos, João Henrique Campos, 20 anos, apesar do luto, falou da manutenção do legado de Campos na política.

João disse que perdeu um pai e um líder, mas que tem de dar um jeito de que a bandeira dele não caia, para que os ideais dele sejam o futuro do país – relatou um familiar.

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