Histórico

Agente confessa que eliminou provas no caso Jean Charles

Policial da equipe que matou brasileiro será investigado

Um agente da equipe que participou da operação na qual o brasileiro Jean Charles de Menezes foi assassinado no metrô de Londres, em julho de 2005, admitiu que alterou provas do caso. O policial, de alta patente, confessou aos investigadores do novo inquérito para apurar as responsabilidades da corporação que eliminou uma linha das anotações sobre a operação que tinha em seu computador.

A Comissão Independente de Queixas à Polícia (IPCC) informou em comunicado que o assunto “vai ser objeto” de uma investigação independente. Jean Charles, um eletricista brasileiro de 27 anos, foi morto a tiros pela polícia quando estava sentado no vagão de um trem do metrô de Londres na estação de Stockwell, no sul de Londres. Uma investigação da justiça britânica não responsabilizou ninguém pela morte do brasileiro.

Em seu depoimento, o policial disse que em 8 de outubro – mais de duas semanas após o início da investigação pública – eliminou uma linha que dizia que a oficial a cargo da operação, Cressida Dick, inicialmente disse que o brasileiro podia entrar no metrô “porque não levava nada”. Ele, no entanto, explicou que omitiu a recomendação da superior porque não achava ser relevante ao andamento do processo. Ele revelou ainda que havia mencionado as mudanças a um advogado da Polícia Metropolitana de Londres. Num comunicado à imprensa, os familiares de Jean Charles de Menezes disseram que se sentiram “enojados” ao descobrir que provas importantes do caso foram acobertadas pela polícia. “É claro que alguém está mentindo e esta não é a primeira vez que um oficial admite que alterou evidências”, afirmou Giovani da Silva, irmão de Jean.

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