Histórico

Agente da Border Patrol mata homem que o apedrejou perto de San Diego

Reação teria sido em legítima defesa

Um agente da Patrulha da Fronteira dos Estados Unidos (Border Patrol) feriu fatalmente um homem perto de San Diego, alegando ter sido atingido no rosto por uma pedra, disseram as autoridades.

A morte ocorreu enquanto a Patrulha da Fronteira está sob uma crescente fiscalização pela maneira como seus agentes recorrem à força em resposta aos ataques por parte de possíveis contrabandistas e imigrantes.

O agente tentava deter um grupo de pessoas suspeitas de cruzar a fronteira ilegalmente vindo do México na terça-feira (18) pela manhã, informou o tenente da polícia do condado de San Diego, Glenn Giannantonio. Ele acrescentou que o agente disparou contra o homem que atirou a pedra nele do alto de um barranco de 23 metros (75 pés) em uma zona montanhosa muito inclinada.

O homem foi declarado morto no local depois de terem sido aplicados os primeiros socorros. O agente se negou a receber atendimento em um hospital por lesões que o tenente descreveu como leves.

Nem o homem morto nem o agente foram identificados de imediato.

A Patrulha da Fronteira disse em comunicado que o agente disparou porque temia por sua vida. Outras duas pessoas que entraram ilegalmente nos Estados Unidos foram presas, disse o órgão.

Giannantonio afirmou que dois agentes a pé se separaram para dividir o grupo e um dos policiais foi atingido no rosto com a pedra, reagindo ao disparar os tiros. Giannantonio disse ignorar quantos disparos foram feitos contra o homem.

Debate sobre a força letal usada pelos agentes

O tiroteio — ocorrido por volta das 6:30am a apenas uns quilômetros a leste da travessia fronteiriça da Mesa de Otay, no condado de San Diego— aconteceu no meio do debate sobre se é justificável a força letal em resposta aos ataques a pedradas. A Patrulha da Fronteira insistiu há muito tempo que as pedras podem ser armas letais.

O Fórum de Pesquisa Executiva da Polícia (Police Executive Research Forum, grupo sem fim lucrativo que realizou um estudo encarregado pelo governo) recomendou que a Patrulha da Fronteira e seu órgão principal, O Gabinete de Alfândega e Proteção da Fronteira (CBP), proíbam o uso da força letal contra os que lançam pedras ou suspeitos que são transportados em veículos, disse no ano passado à The Associated Press o diretor da Patrulha da Fronteira, Mike Fisher. A CBP rechaçou as propostas que Fisher qualificou de “muito restritivas”.

Segundo a política atual, os agentes podem utilizar força letal se tiverem uma suspeita razoável de que suas vidas ou as vidas dos outros estão em perigo.

Os agentes foram atacados com pedras 339 vezes durante o ano fiscal 2011, mais do que qualquer outro tipo de agressão, segundo a controladoria do Departamento de Segurança Nacional. Eles responderam com tiros 33 vezes e com medidas não letais — uma categoria que inclui pulverizador irritante e cassetetes — 118 vezes.

Os ataques a pedradas baixaram para 185 no ano fiscal 2012, convertendo-se no segundo tipo de ataque mais comum. Os agentes dispararam suas armas 22 vezes e em 42 ocasiões responderam com medidas não letais.

A polícia do condado de San Diego encabeça a investigação do tiroteio desta terça-feira.

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