Histórico

Americano expõe fotos sobre o Brasil

Julian Colaz viveu quatro anos no interior do Brasil

Julian Colaz viveu quatro anos no interior do Brasil

Joselina Reis

Enquanto muitos brasileiros querem deixar o interior do Brasil à procura de mais oportunidades nas grandes cidades, um americano resolveu fazer o caminho inverso. Julian Colaz deixou New Orleans, no estado da Louisiana, e percorreu o interior do nordeste brasileiro. A poeira e o mato não intimidaram o americano que se apaixonou pela Bahia e pelo carnaval no Pelourinho. Ele expressou esse amor em fotos, sendo que já foi até premiado.

Agora, de volta aos Estados Unidos, mais precisamente na Carolina do Norte, ele prepara sua primeira exposição de fotos tendo como grande abre o interior brasileiro. A exposição está marcada para acontecer entre os dias cinco e 26 de julho na United Arts Council (MJH Gallery) no centro da cidade de Raleigh, mas ainda depende de patrocínio.

AcheiUSA – Conte um pouco sobre suas origens.
Julian Colaz – Eu nasci e cresci na cidade de New Orleans. Atualmente moro na cidade de Raleigh, na Carolina do Norte. No mundo da fotografia sou conhecido pelo apelido de Ramyky, que resolvi adotar pela sonoridade.

AU – Porque você foi ao Brasil?
JC – Eu queria estudar português. Poucos meses depois de chegar ao Brasil eu recebi o Certificado CELPE-Bras, único certificado conferido aos estrangeiros que falam português.

AU – Porque estudar português no Brasil e não em Portugal?
JC – O Brasil é um país grande e sempre fui apaixonado pela música brasileira. Antes de morar no Brasil eu comecei a aprender português sozinho, somente ouvindo as músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e de grupos como Os Tribalistas. Decide aprender português.

AU – Você já gostava de fotografia, antes de ir para o Brasil?
JC – Antes de embarcar nas minhas viagens internacionais eu já gostava de fotografia. Quando era um adolescente, sempre viajei de férias com meu avô. Uma câmera sempre nos acompanhou e tirávamos fotos das nossas viagens. Também meu avô me apresentou ao trabalho fotográfico de Gordon Parks, que eu aprendi a admirar, assim como o Sebastião Salgado. Aprendi aos poucos. Não tenho estudos formais de fotografia. Sou um autodidata.

AU – No Brasil, quais os locais onde morou e por onde você viajou?
JC – Viajei nos estados de Sergipe, Bahia, Minas, Rio e São Paulo. Morei em Salvador e Prado.

AU – Quais as cidades ou áreas mais bonitas para fotografar no Brasil?
JC – Deve ser nos lugares menos falados e visitados. Lá de longe, como diziam Os Tribalistas. Sobre as cidades, gosto do charme das cidades pequenas. Mas não andei no Brasil tirando fotos em cada cidade pequena que viajei. Acho que tais lugares devem ser fotografados por pessoas que moram nestas comunidades. Se for uma pessoa de fora, igual a mim, então o fotógrafo deve passar bastante tempo lá. Acho que isto é a única maneira para respeitar a comunidade e valorizar ainda mais o trabalho do fotógrafo.

AU – Você disse que já teve uma foto premiada. Qual foi o concurso e qual a foto?
JC – Minha foto chamada Carnaval no Pelô #2 ganhou uma competição nacional no Brasil. Ela foi publicada na revista Seleções. Tirei a foto durante o carnaval no Pelourinho.

AU – Depois de quatro anos no Brasil, qual é a sua opinião sobre o povo brasileiro e o estilo de vida no Brasil?
JC – O povo brasileiro é um povo paciente e amistoso que sempre me encorajou. Através destas qualidades eu me tornei fluente em português. Gostei mais do estilo de vida no extremo sul da Bahia. Foi um lugar tranquilo, bem caseiro e intelectualmente estimulante. Aprendi muito lá. Anos depois eu recebi meu diploma universitário, com honras, em português. Isto é apenas o fruto da minha convivência com o povo brasileiro. Enfim, é um povo que não desiste.

AU – Você disse que está à procura de patrocínio para a sua exposição. Qual tipo de patrocínio?
JC – Sim. Estou procurando patrocínio para completar a produção da exposição. Então seria um patrocínio financeiro. Minha proposta já está preparada. Qualquer pessoa, empresa ou instituição interessada pode receber uma ou duas imagens assinadas e/ou de uma edição limitada. Seria uma boa oportunidade para divulgar o nome da sua empresa ou instituição no centro da cidade de Raleigh (Carolina do Norte) durante o verão.

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