Histórico

Americano vence prêmio literário francês com obra sobre nazismo

O escritor norte-americano Jonathan Littell recebeu na segunda-feira o maior prêmio literário da França pelas memórias fictícias de um oficial nazista da SS. É o primeiro livro do autor e já se transformou em best-seller comparado por alguns críticos a “Guerra e Paz”, de Tolstoy.

“Les Bienveillantes” (as benevolentes, uma referência às Fúrias da mitologia grega antiga) era o favorito para conquistar o prêmio, depois de ter vendido bem mais de 200 mil cópias e ser saudado como fenômeno da temporada literária.

Littell, 39 anos, filho de Robert Littell, autor de livros de espionagem, cresceu na França e escreveu o romance em francês, depois de interessar-se pelo tema do Holocausto enquanto trabalhava como funcionário humanitário internacional.

Foi a primeira vez que um autor norte-americano recebeu o prêmio, que deverá reforçar ainda mais o interesse e as vendas do livro, quando ele for publicado em traduções inglesa e alemã.

“Les Bienveillantes” relata a história de Maximilian Aue, oficial da SS intimamente envolvido no Holocausto nazista que relata seu histórico medonho de mortes em tom desapegado, sem manifestar qualquer sinal de remorso.

O livro de 900 páginas foi elogiado pelas pesquisas meticulosas em que foi fundamentado e também por sua abrangência épica. O semanário Le Nouvel Observateur o descreveu como obra-prima comparável aos grandes romances da literatura russa, como “Guerra e Paz”.

Mas outros críticos se mostraram menos impressionados, descrevendo como implausível e estereotipado seu protagonista, um homossexual culto que aprecia Platão e a literatura francesa, deseja sexualmente sua irmã gêmea e assassina sua própria mãe.

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