Histórico

Ano letivo em Broward começa com mais rigor contra intimidações

Escolas prometem punição exemplar contra os ‘bullies’, que molestam outros estudantes

O ‘bullying’, termo utilizado para descrever atos de violência física e – principalmente – psicológica, praticados de forma sistemática contra alguém geralmente mais frágil e incapaz de se defender, infelizmente é comum nas escolas americanas. No entanto, o departamento de educação de Broward pretende acabar ou pelo menos reduzir drasticamente esta prática, que muitas vezes provoca traumas irreversíveis nos adolescentes. A julgar por uma nova norma no condado, os ‘bullies’ serão punidos exemplarmente, até mesmo com a suspensão das aulas.

A nova política para evitar o bullying entrou em vigor em julho e prevê também punições para um tipo de intimidação que está se tornando cada vez mais popular, a praticada online. A nova lei será usada como modelo para as escolas dos outros 66 distritos na Flórida. O documento especifica que pode ser considerada bullying qualquer atividade que envolva provocação, exclusão social, ameaça e perseguição, entre outras. Os professores da rede de ensino de Broward estão, inclusive, recebendo treinamento adequado para detectar casos desta prática em sala de aula.

O caso de uma adolescente de Pembroke Pines é emblemático: Veronica Gonzales, de 17 anos e aluna de uma high school na região, vem sendo humilhada há alguns meses, primeiro pelo ex-namorado e posteriormente pelos colegas de classe, que chegaram a criar um site para falar mal dela. “Desde que isso aconteceu, eu não consigo mais me concentrar em nada e estou desgastada”, admitiu a jovem. A família entrou com um processo contra o colégio particular onde Veronica estuda, pois acredita que a instituição falhou em colocar em prática a política contra o bullying.

Para evitar futuras ações na Justiça, o condado de Broward resolveu criar medidas mais enérgicas contra esta prática, até porque novas formas de humilhação estão nascendo com o acesso dos jovens à Internet. “Adolescentes são assim mesmo e essas intimidações fazem parte do crescimento. No entanto, levar esta prática para a grande rede não é um comportamento normal”, admite Shelly Heller, que trabalha como voluntária numa escola em Parkland e ajudou a estabelecer a norma em Broward. Como mãe, ela admite que as intimidações online estão crescendo e concorda que as principais medidas corretivas devem ser tomadas em casa e não pela instituição de ensino.

Para tanto, Eugenio Rothe, professor da Florida International University, aconselha aos pais que permaneçam ao lado dos filhos na hora em que eles ‘surfam’ pela Internet, ou até mesmo monitorem seus acessos. Mesmo assim, com tecnologias que permitem o envio de imagens e textos pelo telefone, provavelmente a prática do bullying será de difícil controle.

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