Ideia das autoridades é adotar a castração química para estupradores
Se nos países muçulmanos os ladrões presos em flagrante têm as mãos cortadas, na Argentina as autoridades querem punir com o mesmo rigor quem comete crimes sexuais. Na província de Mendoza, os legisladores preparam uma lei que prevê a castração química para condenados por estupro. A medida se baseia num dado concreto: pelo menos 70% dos condenados por ataques são reincidentes.
Outros países como França, Suíça e Espanha já adotaram prática semelhante. O governador de Mendoza, Celso Jacque, afirmou que o método de castração química consiste em administrar medicamentos – através de uma injeção mensal de hormônio ou consumo diário de uma pílula – para diminuir o desejo sexual dos criminosos e seria aplicado de forma voluntária.
Os métodos provocam efeitos colaterais, mas os condenados apontados para integrar o programa teriam algumas regalias, como tratamento privilegiado na avaliação de concessão de liberdade condicional e saídas temporárias. Todos receberiam acompanhamento depois da saída da cadeia. A castração química poderia diminuir em quase 60% a reincidência em estupradores.
Mas nem todos apoiam a decisão. Especialistas em direito advertem que a medida é inconstitucional e viola a convenção interamericana sobre direitos humanos. Além disso, há dúvidas sobre se o método é realmente efetivo. “Reduzir a libido de um estuprador não resolve outras questões que formam o perfil de alguém que abusa os outros “, disse a psicóloga argentina Angélica Alfaro Lio.
