Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que está nas mãos do Senado estadual
Os “coiotes” ou “polleros” podem ser condenados à morte no Arizona se avançar na Assembleia Legislativa um projeto de lei que castiga severamente os traficantes de indocumentados processados por homicídio.
Esta semana a Câmara dos Deputados do Arizona aprovou a iniciativa de lei HB 2313 que tipifica o tráfico de imigrantes sem papéis de estadia legal nos Estados Unidos como um delito elegível para a pena de morte.
A medida foi aprovada por 35 votos a favor e quatro contra.
O projeto de lei amplia os critérios das circunstâncias agravantes utilizados para determinar se a pena de morte deve ser imposta no Arizona, reportou a agência Notimex.
De acordo com a medida aprovada pela Câmara, expande-se a definição de “delito grave” para incluir: “participar de ou ajudar uma organização de contrabando humano”.
Se for aprovada pelo Senado e promulgada pela governadora Jan Brewer, os traficantes de indocumentados processados por homicídio podem ser elegíveis para uma sentença de pena de morte se forem considerados culpados por um júri.
De acordo com as leis atuais nesse estado fronteiriço com México, um indivíduo só pode ser sentenciado à morte se for declarado culpado de assassinato em primeiro grau e os membros do júri encontrarem pelo menos uma circunstância agravante associada ao crime.
Arizona conta atualmente com 14 dessas circunstâncias, que incluem ter sido condenado previamente por um delito grave, disse Notimex.
A aprovação da medida na Câmara ocorre quando a nível nacional ativistas lutam para persuadir os legisladores para que se posicionem contra a pena de morte.
A estratégia é direcionada para conseguir respaldos entre políticos e cidadãos conservadores, disse à agência Efe.
Este final de semana realiza-se em Fort Worth, Texas, um workshop da conferência anual da Coalizão Texana contra a Pena de Morte. Texas é o estado com mais execuções nos Estados Unidos.
A Coalizão espera aumentar o nível de apoio nacional para abolir a pena de morte e, para isto, espera conseguir o apoio de políticos conservadores no Texas vinculados ao Tea Party ou aos libertários.
Ambos grupos são qualificados de “políticos que não sentem nenhum problema se saírem das diretrizes do partido”.
Segundo uma pesquisa Gallup de 2013, seis de cada dez americanos apóiam a pena de morte, mas os favoráveis são mais numerosos entre os republicanos (81%) do que entre os democratas (47%) e independentes (60%).
A coalizão abolicionista texana calcula que no estado sulista, com 73% de habitantes a favor da pena de morte, há 800.000 eleitores registrados que são conservadores mas se opõem à pena capital, disse a Efe.
No Texas, entre 2008 e 2013, 76% das penas de morte afetaram afroamericanos e latinos.