Histórico

Atendimento a imigrantes coloca hospital de Miami na UTI

Jackson Memorial teve, só este ano, mais de 33 milhões de dólares de despesas com indocumentados

A Rede de Hospitais Jackson, que possui seis unidades em Miami, entre elas o Jackson Memorial Hospital (um dos maiores do país), está agonizando em dívidas. O motivo, segundo os administradores, é o alto custo com os pacientes que não possuem plano de saúde, especialmente os imigrantes – estes foram responsáveis este ano por 33 milhões de dólares de despesas não pagas, o que corresponde a 54.858 visitas.
Só numa das clínicas de idosos do grupo, a Jackson Memorial Long-Term Care Center, estão internados 60 indocumentados, muitos deles respirando por aparelhos. “Eles não têm para onde ir”, disse Armand Gonzalez, diretor da unidade. Ele calcula que os custos com estes pacientes represente cerca de 318 dólares por dia e por paciente, que serão debitados da conta de impostos dos contribuintes do condado de Miami-Dade.
Os Estados Unidos têm um dos mais caros sistemas de saúde do mundo. A situação no sul da Flórida é ainda mais delicada do que no resto do país, exatamente pelas caracterísitcas da região – grande número de imigrantes e população relativamente idosa. O rombo do setor no condado de Miami-Dade deve chegar a 168 milhões de dólares. E os especialistas não acreditam que uma eventual reforma no sistema de saúde não vai resolver os problemas. “As propostas apresentadas até agora não oferecem solução para a questão dos indocumentados”, afirmou Eneida Roldan, executive-chefe do Jackson.
Para recuperar parte da verba, os representantes do hospital vão ao Congresso pedir pela reativação de um programa federal, que fornece fundos para o setor de saúde. No entanto, nem mesmo esta iniciativa é capaz de estancar o prejuízo.

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