Histórico

Ativista e imigrantes seguem confiantes em Obama e na reforma

Estrangeiros não criticam presidente, mas exigem mudanças imediatas na lei americana

Esta semana o presidente Barack Obama completa um ano no cargo de presidente dos Estados Unidos. Apesar da promessa de campanha não cumprida de que promoveria a reforma imigratória nos primeiros doze meses de mandato, o chefe da nação continua com um alto índice de aprovação entre os latinos que vivem aqui. No entanto, ativistas e imigrantes avisam que este quadro pode mudar, caso o presidente deixe de lado o empenho pelo debate de mudanças na lei.

“Obama enfrentou a crise financeira, mudou o curso das guerras que o país está metido e melhorou a imagem do país no cenário internacional, tanto que ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Por isso, minha nota para ele neste primeiro ano de gestão é entre sete e oito”, avaliou Celina Hernández, uma indocumentada que vive há 15 anos nos EUA. Ela adverte, porém, que a reforma imigratória deve sair até maio, pois caso contrário a comunidade hispânica deixará de ficar ao lado do presidente.

O diretor do Centro pelo Progresso Americano, Louis Caldera, concorda com a análise e manifesta a sua confiança no debate da questão no Congresso ainda este semestre. “Vai demorar mais do que o previsto, mas todos têm que admitir que a reforma da saúde e a crise impediram que Obama cumprisse a promessa feita aos imigrantes. Mas continuo acreditando, até porque a comunidade latina foi muito importante para a eleição do presidente e ele não vai querer perder o nosso apoio”, disse Caldera.

Segundo ele, mais de 800 grupos que defendem os direitos dos imigrantes participam de um diálogo permanente com as autoridades ligadas à Casa Branca e ao Congresso, ressaltando as vantagens de uma eventual aprovação da reforma. “A economia americana vai crescer com a legalização de milhões de indocumentados e é isso que estamos tentando provar aos senadores e deputados”, acrescentou o ativista. Nesse ponto, Gloria Saucedo, diretora da Irmandade Mexicana em Los Angeles, destaca que o trabalho feito junto aos parlamentares é fundamental para o sucesso da empreitada. “São eles que vão decidir, no final das contas”, disse.

No final do ano passado, o deputado democrata Luis Gutierrez apresentou uma proposta à Câmara de Representantes, mas até agora o texto ainda não foi debatido em plenário. Quase simultaneamente, a diretora do Departamento de Segurança Nacional, Janet Napolitano, preparou um esboço do que seria o projeto idealizado pela Casa Branca e advertiu que um dos pontos principais é a “rigorosa e ordenada” via de legalização a partir de pagamento de impostos, ficha criminal limpa e conhecimento da língua inglesa.

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