Histórico

Ativistas não se opõem à reforma imigratória em 2017

Mas se perguntam o que ocorrerá com os 11 milhões de indocumentados enquanto esperam

DA REDAÇÃO COM AP — Vários ativistas que lutam pelos direitos dos imigrantes, ao saber das declarações nas quais o senador democrata por New York Charles Schumer sugeriu que a reforma imigratória entre em vigor em 2017, se perguntaram o que aconteceria com os imigrantes sem autorização até aquela data.

“Creio que não deveríamos ignorar nenhuma opção, inclusive a apresentada pelo senador Schumer, mas os detalhes da política imigratória seriam complicados”, disse Don Lyster, diretor do escritório de Washington do National Immigration Law Center, uma organização defensora dos direitos dos imigrantes de baixa renda. “Se isto ocorrer, o governo deveria oferecer assistência ou ajuda temporária às famílias para aliviá-las da política atual de deportações”.

Schumer disse no domingo (9) à rede de televisão NBC que, se os republicanos não confiam em que o presidente Barack Obama possa por em prática a lei de reforma imigratória, ela deveria ser aprovada agora para entrar em vigor em 2017, quando Obama já não estiver na Casa Branca.

“Creio que a reputação de que Obama não faz cumprir a lei é falsa. Deportou mais pessoas do que qualquer outro presidente. Mas se poderia fazer com que a lei comece em 2017 sem mudá-la muito”, propôs o senador.

“É muito simples. Digamos a nossos colegas republicanos, ‘não confiam em Obama? Aprovem a lei agora mas que entre em vigor em 2017 e podemos conseguir algo real para a América’”, afirmou Schumer.

O senador é um dos principais defensores no Congresso de uma reforma imigratória que abra caminho para a cidadania aos aproximadamente 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente no país. Schumer integrou um grupo de oito senadores que em 2013 apresentou um projeto de lei de reforma que foi aprovado no Senado mas nunca votado na Câmara dos Deputados.

O presidente da Câmara Baixa, o deputado republicano de Ohio John Boehner, disse na semana passada não crer que a reforma possa ser aprovada este ano “porque há uma dúvida generalizada sobre se é possível confiar em que esta administração faça cumprir nossas leis”.
Vários ativistas disseram que implementar o projeto de lei aprovado pelo Senado igualmente suporia esperar alguns anos, já que antes de oferecer qualquer tipo de legalização o governo imporia primeiro medidas para reforçar a segurança da fronteira.

Então, assegurou Lyster, a reforma não se materializaria até aproximadamente 2017, que é justamente o que propõe Schumer.
César Vargas (foto), do grupo Dream Action Coalition, disse não ser contra as declarações do senador democrata mas se pergunta o que passaria então com milhões de imigrantes sem autorização agora.

“Se adiam até 2017 o projeto de lei, incluída a legalização, isto vai parar as deportações?”, indaga Vargas. “Creio que Schumer não cai na armadilha dos republicanos mas a preocupação é se Schumer e Obama vão proteger as pessoas que se beneficiariam do projeto de lei”.
Vargas é conhecido nos Estados Unidos como um dos líderes dos chamados dreamers, jovens que foram trazidos aos Estados Unidos ilegalmente por seus pais quando eram crianças.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, reagiu às declarações de Schumer dizendo simplesmente que o governo está esperando que a Câmara dos Deputados apresente sua própria proposta de reforma imigratória.

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