Histórico

Atropelador de ciclistas é velho conhecido da Justiça gaúcha

Ricardo Neis possui três processos por agressão física e várias multas de trânsito

A cena do carro de Ricardo José Neis atropelando dezenas de ciclistas em Porto Alegre, durante uma manifestação de apoio ao uso de bicicletas, correu o mundo. Mesmo assim, o bancário de 47 anos preferiu posar de vítima ao prestar depoimento na Delegacia de Crimes de Trânsito. “Eles fizeram várias agressões. Era uma espécie de milícia”, afirmou Ricardo, repetindo a tese de que o incidente com pelo menos 15 feridos só aconteceu porque ele tentava se defender de um linchamento. A desculpa não funcionou e ele teve a prisão preventive decretada.

O histórico do motorista não é dos mais ilibados. Além de várias multas por excesso de velocidade, circulação por calçada, na contramão e em marcha ré, Ricardo é acusado em outros três processos na Justiça por ameaça e agressão física. Mesmo assim, ele deve responder o processo do atropelamento ” tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil “em liberdade.

Segundo o promotor do caso, as imagens não deixam margem à dúvida: “Percebe-se claramente que ele atropelou vários ciclistas inocentes tão somente porque lhe truncavam o caminho. E a questão que mais chama atenção é que ele atingiu pessoas que estavam pedindo exatamente mais humanização no trânsito. Chegou a hora de mudar a cultura da impunidade neste país”, disse Eugênio Amorim.
Um dos feridos no atropelamento é Ricardo Ambus, que compareceu à Delegacia com quatro pontos na cabeça e o braço esquerdo quebrado em duas partes “Para mim, ele é um assassino”, afirmou o ciclista, confirmando que no início da pedalada houve uma discussão entre o acusado e um grupo de participantes da manifestação.

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