O ministro da Saúde, Arthur Chioro, informou na última terça-feira (11) que 24 cubanos já deixaram o programa Mais Médicos e que outros três não apareceram para trabalhar e ainda não foram localizados pelo governo. Em entrevista, o ministro considerou que o número é “insignificante”, frente ao universo de 9.549 médicos participantes do programa no país, dos quais cerca de 7.400 vieram de Cuba.
Dos 24 cubanos que deixaram o programa, 22 já haviam sido desligados até a semana passada por motivos pessoais ou de saúde e, segundo Chioro, já retornaram para Cuba.
O primeiro caso de desistência que veio a público foi o de Ramona Rodriguez, que deixou o Mais Médicos alegando sentir-se “enganada”. Ela saiu de Pacajá (PA) no dia 1º de fevereiro e viajou para Brasília, onde foi acolhida por parlamentares do DEM, críticos do programa.
Ela disse que tomou a decisão depois de descobrir que outros médicos estrangeiros contratados para trabalhar no Brasil ganhavam R$ 10 mil por mês, enquanto os cubanos recebem, segundo ela, $400.
Pelo menos dois profissionais de Cuba que abandonaram o programa Mais Médicos estão em Miami, segundo a organização não governamental (ONG) Solidariedade sem Fronteiras (SSF). Para chegarem ao solo norte-americano, os cubanos buscam um visto humanitário chamado Cuban Medical Professional Parole (CMPP), criado pelo governo George W. Bush, em 2006. Além de ajuda para conseguir o documento, o Solidaridade sem Fronteiras oferece outros auxílios. “Os ajudamos a conseguirem o visto, prestamos ajuda financeira e jurídica”, disse a secretária da organização, Claudete Fernandes.