Histórico

Brasil é penúltimo no crescimento entre emergentes

ONU prevê que o País vai crescer 3,5% este ano, acima somente do México em ranking de 25 países

O Brasil será o penúltimo colocado no ranking de crescimento das 25 maiores economias emergentes do mundo. A avaliação é da ONU, que publicou seu relatório sobre crescimento em 2007 e prevê aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 3,5% para este ano. Só o México, com estimativa de 3%, terá desempenho pior que o Brasil. A ONU ainda alerta para os riscos de que emergentes sofram com uma maior volatilidade dos mercados neste ano.

Segundo as avaliações dos economistas da ONU, a economia mundial vai desacelerar em 2007 em comparação com o ano passado e crescerá 3,2%. Os americanos devem crescer 2,2%, ante 2,4% nos 27 países da União Européia (UE). Para o Japão, a previsão é de 2%.

No caso dos emergentes, porém, o cenário é mais positivo. A previsão é de aumento do PIB de 5,9%. A África deve crescer 5,6%, ante 6,9% no leste e sudeste asiáticos. A liderança ficará mais uma vez com a China, com 8,9%, seguida pela Índia, com 7,9%, e pelo Paquistão, com 6,2%. Para a Rússia, a estimativa é de 5,8%.

A América Latina, porém, é a região em desenvolvimento com a pior perspectiva: 4,2%, ante 5% no ano passado. Se México e América Central forem retirados do cálculo, a estimativa sobe para 4,7% do PIB. Os países latino-americanos estão citados como os que apresentaram o pior crescimento nos últimos dez anos entre as economias em desenvolvimento: 2,7%, em média, desde 1997.

Na região, a Argentina deve apresentar o melhor desempenho, com 6,1% de crescimento, ante 6% da Venezuela. Chile, Peru e Colômbia devem crescer mais que o Brasil.

Segundo o relatório, a queda no crescimento da América Latina entre 2006 e 2007 ocorre diante da redução da demanda externa e de queda nos preços das commodities. No relatório, publicado em Nova York e em Genebra, os economistas afirmam que o Brasil tomou em 2006 um caminho contrário ao dos demais países da região, com queda da produção industrial em relação ao esperado crescimento. As exportações, segundo o documento, também poderiam ter crescido mais.

Para 2007, a ONU prevê flexibilização da política monetária do País diante da desaceleração da produção industrial nos últimos meses de 2006 e da redução da inflação. Mesmo assim, em 2006, as taxas de juros foram as mais altas da região.

Quanto à inflação da América Latina, as taxas caíram de 11,3% em média em 2003 para 5,7%, em grande parte graças ao Brasil. Para 2007, a previsão é de aumento de 4% dos preços no País, ante 10,6% na Argentina ou 16,1% na Venezuela.

Se o Brasil contribuiu para reduzir a inflação, o mesmo não ocorreu em relação ao desemprego. O índice ficou em 8,7% na América Latina, o melhor desde meados dos anos 90. Mas a redução foi pequena entre 2005 e 2006, pois o Brasil impediu uma queda maior. Segundo a ONU, o crescimento das economias emergentes ainda não produziu aumento suficiente dos postos de trabalho.

As exportações latino-americanas devem também crescer menos. Depois da alta de 20% em 2006, este ano deve haver crescimento de 3% nos valores exportados. A previsão mundial é de 11,7%, com 15% para a China.

Em volume, porém, as exportações latino-americanas devem crescer 7,1%. Mesmo assim, abaixo da média mundial de 7,7%. Em 2006, o mundo viu as exportações crescerem 10%. Quanto às importações, a região terá aumento de 8,6% em valores e 9,6% em volume, acima da média mundial de 6,8%.

No geral, a ONU alerta para os riscos da economia mundial em 2007, entre eles o desequilíbrio nas contas americanas e a inflação. Para os emergentes, o momento é de mais cautela, já que estão sujeitos a uma maior volatilidade dos mercados.

Fonte Agência Estado

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