Histórico

Brasil pode extraditar Claudia Hoerig para os Estados Unidos ainda este ano

Brasileira é acusada de matar o marido, o ex-militar americano Karl Hoerig, de 43 anos, em 2007 em Ohio

Claudia Hoerig

O deputado americano Timothy Ryan divulgou na quarta-feira (31) que finalmente a brasileira Claudia Hoerig está a um passo de ser deportada do Brasil em direção ao estado de Ohio e responder pela morte do marido, o ex-militar americano Karl Hoerig, de 43 anos,
ocorrida em 2007. A informação de que o Brasil cassou a cidadania brasileira dela foi recebida com grande entusiasmo não só pelo político que já havia tentando várias negociações com o governo brasileiro, como também pela família do ex-militar que usou muita influência política para levar o caso à justiça.

Karl Hoerig e Claudia HoerigRecentemente Ryan tentou barrar a emissão de novos vistos de brasileiros para os Estados Unidos, e também suspender ajuda internacional para o Brasil até que Claudia fosse entregue às autoridades americanas, mas as duas tentativas não deram certo. Depois disso, ele, com ajuda de outros políticos americanos, teria conseguido o corte na verba enviada para as embaixadas americanas no Brasil dificultando a emissão dos vistos. Essa teria sido uma maneira silenciosa de pressionar o Ministério da Justiça do Brasil a cooperar.

A cassação da cidadania brasileira de Claudia só foi possível porque ao receber sua cidadania americana em 1999, ela teria renunciado à sua cidadania brasileira. Pelas leis brasileiras nenhum cidadão brasileiro pode ser extraditado, mas no caso de Hoerig ela perdeu, por lei, a imunidade em casos de extradição. Claudia ainda pode recorrer da decisão brasileira, mas o deputado americano em Ohio não acredita em uma possível mudança de planos. “Esse foi o primeiro passo, mas um grande passo para trazê-la de volta. Como ela pode recorrer de algo que ela mesmo já havia renunciado?”, disse ele reafirmando que acredita que o Brasil tem todo o interesse em resolver o caso.

Antes de matar o marido em 12 de março de 2007, que segundo Claudia era violento, ela comprou um pistola, transferiu todo o dinheiro para o Brasil e usou da influência do próprio marido junto às companhias aéreas para conseguir uma viagem de última hora para o Brasil.
Seu destino no país onde nasceu é ignorado pelas autoridades americanas que agora pretendem pressionar a polícia brasileira para encontrá-la.

O corpo de Karl Hoerig foi encontrado três dias depois em sua casa na cidade de Newton Falls, Ohio. O militar aposentado era um ex-combatente da Força Aérea Americana em missões no Iraque e Afeganistão, sendo considerado um herói de guerra.

Outro caso

A notícia da possível extradição de Claudia Hoerig deve dar alguma esperança aos amigos brasileiros e americanos da família Szczepanik, em Omaha, Nebraska. Na sexta-feira (26), o procurador de justiça de condado de Douglas (NE), Don Kleine, foi à imprensa americana tentando pressionar o governo brasileiro a extraditar Elias Lourenço Batista, um dos três acusados de assassinar Vanderlei, Jaqueline, e Christopher Szczepanik com requinte de crueldade em dezembro de 2009. Somente o corpo de Christopher, na época com sete anos, foi encontrado dois anos depois do assassinato. Os corpos do casal de pastores brasileiros ainda não foram encontrados.

Os outros dois acusados, José Carlos Oliveira Coutinho e Valdeir Gonçalves Santos, estão presos. Sendo que Valdeir foi condenado a 20 anos de prisão e José Carlos ainda tenta evitar na justiça ser condenado à pena de morte ou prisão perpétua.

Elias Lourenço Batista morava até janeiro de 2013 em Ipaba, Minas Gerais. Durante a fase inicial do processo, a justiça de Omaha estava lenta em incriminá-lo e ele acabou sendo deportado. “É uma frustração muito grande ver isso acontecer. Temos evidências que ele cometeu um assassinato em primeiro grau”, explicou o procurador de justiça do condado de Douglas, Don Kleine, à imprensa americana.
A declaração do americano é compartilhada pelo pastor brasileiro Humberto Costa, amigo da família Szczepanik. “Se a polícia brasileira sabe onde ele está, como pode ser possível não prendê-lo e mandar para os Estados Unidos”, questiona o religioso. Ele disse ainda que, na sua opinião, o fato da família morta ser brasileira deveria motivar o Brasil a mudar suas leis e ou fazer algum tipo de concessão para extraditar Lourenço Batista para os Estados Unidos. “Eu gostaria de ver as leis brasileiras mudarem e esse homem pagar por seus crimes”, disse o pastor à imprensa em Omaha.

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