Histórico

Brasil tem pior desempenho nos ‘pontos corridos’

Sob comando de Dunga, time desaponta a torcida que entoou gritos “adeus” ao técnico brasileiro

O técnico Dunga alcança uma marca negativa após o empate contra a Argentina: está com o pior desempenho no comando da seleção brasileira desde que as Eliminatórias da Copa do Mundo passaram a ser disputadas no sistema de pontos corridos, com jogos de ida e volta. A igualdade desta quarta-feira no Mineirão levou o Brasil a apenas nove pontos em seis rodadas.

Ao ser questionado sobre o perigo de ficar fora da zona de classificação do Mundial, Dunga foi claro: “É uma pergunta equivocada. As Eliminatórias ainda não acabaram. São 18 rodadas, estamos apenas na sexta. Ainda não tem nada decidido. Já tivemos dificuldades em 1994 e 2002 e sempre teremos”, disse.

Remanescente do título mundial de 2002, o volante Gilberto Silva sabe que virou rotina o Brasil enfrentar dificuldades no continente sul-americano. No entanto, o experiente jogador do Arsenal, da Inglaterra, promete uma reação para tirar o país da incômoda situação.
“O histórico das Eliminatórias sempre é difícil, mas não podemos deixar as coisas como estão. Devemos buscar as vitórias. Temos consciência da nossa qualidade e do que podemos render”, disse o meio-campista

Apatia da seleção faz torcida cantar “adeus” a Dunga

Apesar de os jogadores do Brasil terem saído em defesa do técnico Dunga, será difícil a torcida reatar o ‘casamento’ com o treinador após o empate sem gols contra a Argentina.

Antes de a bola começar a rolar, a festa foi completa: shows do Jota Quest e do Skank, bandeiras tremulando e cornetas incentivando a seleção brasileira, cumprindo a promessa de apoio total à equipe do ameaçado técnico Dunga, apesar das vaias quando o nome do treinador foi anunciado pelo sistema de som.

Quando Júlio Baptista perdeu gol feito e Robinho exagerou nos dribles dentro da área até perder a bola, deixando o grito de gol preso na garganta, as arquibancadas do Mineirão começaram a mudar de comportamento.

Apreensivos, os torcedores suaram frio quando Messi recebeu livre no meio da mal posicionada zaga brasileira, mas, em um lance de rara infelicidade, pegou errado na conclusão, mandando pela linha lateral.

Inoperância ofensiva

A inoperância ofensiva da equipe até o término da etapa inicial rendeu uma sonora vaia ao time brasileiro na descida para os vestiários. Na volta para o segundo tempo, o torcedor bem que tentou, mais uma vez, apoiar, mas por pouco tempo.

Aos gritos de “eu quero é raça do time todo”, os torcedores exigiram vontade dos jogadores e aplaudiram Adriano quando o “Imperador” deu um pique na defesa para dar combate e cometer a falta no jogador argentino. Minutos mais tarde, decepcionados por terem pedido a entrada de Alexandre Pato e não serem atendidos, soltaram o tradicional coro de “burro” para o técnico Dunga, que sacou Adriano para a entrada de Luis Fabiano. O “Imperador”, por outro lado, deixou o Mineirão aplaudido, em paz com a torcida.

Os últimos 15 minutos do embate foram tensos e os torcedores não sabiam se empurravam o time ao ataque ou vaiavam o técnico Dunga e os erros de passe dos brasileiros, pressionados no campo de defesa.

Um novo coro de “burro” para Dunga veio acompanhado pelo novo “Dunga, seu jumento e Adeus, Dunga” aos 33 minutos, quando o treinador sacou o meia Diego para colocar Daniel Alves em campo.

Apesar de o time não ter sido derrotado pelo principal rival, o aviso foi dado: a fase do apoio terminou e a pressão sob seu trabalho será cada vez maior, tanto nos Jogos Olímpicos quanto nas Eliminatórias, dia 7 de setembro, diante do Chile, em Santiago.

Mais de 50 mil torcedores que foram ao Mineirão manifestaram-se contra o trabalho do técnico Dunga. Ao final da partida, foi possível localizar uma faixa com os dizeres ‘Fica Dunga’ nas arquibancadas do estádio. O detalhe curioso é que a manifestação partiu justamente da torcida da Argentina, satisfeita com o trabalho do treinador da seleção brasileira.

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