A maestrina brasileira Clotilde Otranto regerá, pela quinta vez, a orquestra sinfônica do New York City Ballet (NYCB), a partir do dia 18 de setembro, quando começam as apresentações de outono do mais importante balé dos Estados Unidos, com sede no David Koch Theater, no Lincoln Center. Neste ano, a regente comandará a sua orquestra na apresentação de 60 balés, um número bem superior ao de outros grupos, como o próprio Kirov e o American Ballet Theater, no qual dança o brasileiro Marcelo Gomes. Na estréia, dia 18, as bailarinas mostram a Trilogia Grega, com Apollo, Orpheus e Argon.
A paulista Clotilde demorou décadas até alcançar uma das posições mais cobiçadas por maestros do mundo inteiro, em uma disputa ainda mais difícil para uma mulher vinda do Brasil. A história dela, como a de muitos regentes de todo o planeta, começou ainda na infância, em São Paulo, ao demonstrar um talento precoce no piano. Apesar de tocar o instrumento, seu sonho era ser bailarina, mas uma espécie de artrose na perna acabou com os seus planos aos 17 anos.
Longe da dança, decidiu se dedicar apenas ao piano e venceu um concurso de música feito pela Rádio Eldorado/Jornal O Estado de S. Paulo em 1969. O prêmio lhe deu inspiração e ela decidiu seguir a carreira musical. Anos depois veio para os Estados Unidos estudar regência. Desde então já regeu orquestras em Phoenix e o Miami City Ballet, entre 2000 e 2006.