Histórico

Brasileiro ajuda a manter a ordem em Broward

Reportagem do AcheiUSA faz a ronda junto ao sargento Braga, da polícia de Pompano Beach

Muita gente da comunidade não sabe, mas há um brasileiro na polícia de Broward atuando em Pompano Beach. Ricardo Braga, mineiro de Barreiro de Baixo, um dos bairros da periferia de Belo Horizonte, está na corporação há três anos e normalmente é responsável pela ronda da cidade durante a madrugada. A reportagem do AcheiUSA acompanhou algumas horas de trabalho do oficial e, além desta matéria, disponibiliza no site (Acheiusa.com) algumas imagens desta experiência.

BragaAos 27 anos, Braga veio para os Estados Unidos ainda criança: a família – mãe e irmãos – decidiu buscar oportunidades em New Jersey e acabaram ficando no país definitivamente. Hoje, quase duas décadas mais tarde, ele mora em Fort Lauderdale com a mulher e dois filhos. “Aqui realmente temos como fazer uma vida melhor e na Flórida o clima é muito mais gostoso do que no norte”, admitiu o brasileiro, que desde a mudança para a América jamais voltou ao país natal.

A polícia entrou em sua vida depois de três anos no Exército. “Os benefícios são bons e posso me aposentar com 25 anos de atividade”, explica. Graças ao excelente desempenho na academia de polícia e à facilidade de falar três línguas (inglês, português e espanhol), Braga não demorou a ingressar na equipe de elite da corporação (Swat Team). Ele, aliás, é chamado sempre que há alguma ocorrência envolvendo membros da comunidade que não conseguem se comunicar no idioma local. “Isso acalma as pessoas”, afirma, em um português claro, mas carregado de sotaque.

Um adesivo no veículo – um Dodge Charger 2008 – não lhe deixa esquecer da morte de dois oficiais da polícia de Broward no ano passado: Chris Reyka e Paul Rein foram assassinados no exercício da profissão. Braga sabe que sua profissão é de risco: “Saio de casa todos os dias com espírito de quem vai para uma batalha. Não sabemos se vamos sobreviver, especialmente porque com a economia em crise os crimes tendem a aumentar”, acredita o brasileiro. Ele lembra que já atendeu a chamadas perigosas, quando teve que se envolver, inclusive, em tiroteios. Braga, porém, gosta muito do que faz, principalmente porque não há uma rotina em sua atividade.

Com relação aos casos de indocumentados detidos dirigindo sem carteira, ele tenta tranqüilizar a comunidade: “Não fazemos o trabalho de agentes do ICE (Immigration and Customs Enforcement). Sei de casos de brasileiros deportados nessa situação, mas isso aconteceu porque eles já tinham outras pendências com a imigração”, finalizou.

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