Histórico

Brasileiro descreve os momentos de tensão durante o terremoto

Carros pulavam como se tivessem molas e prédios pareciam de gelatina, diz Gus, que estava no Japão

Gus Fernandes ganha a vida fazendo humor em apresentações de ‘stand-up comedy’, mas o que o paulista viveu nestes últimos dias não teve graça alguma. Ele estava no Japão quando o terremoto de nove graus atingiu o país e passou pela pior experiência de sua vida. “Foi impressionante. Quarenta minutos de tensão, com a terra tremendo e os carros pulando como se tivessem molas”, descreveu Gus, já de passagem pelo sul da Flórida antes de retornar ao Brasil.

Ele e o também humorista Luiz França estavam na cidade de Gunma, a menos de 100 milhas das cidades mais atingidas pelo tremor. Lá, onde existe uma grande comunidade brasileira, os dois aproveitavam uma folga para relaxar em uma clínica de shiatzu ” a massagem japonesa justamente indicada contra o estresse”quando começou tudo a sacudir. “A sensação era como se um trem estivesse se aproximando de mim. Só que o barulho não parava, e aumentava cada vez mais. Como não estou acostumado com terremotos, só me desesperei mesmo quando vi o pessoal da clínica em pânico”, relatou Gus, que estava de toalha na maca e só teve tempo de colocar a calça e sair por uma escada externa do prédio.

Por vários minutos, os tremores mais fortes se alternavam com pequenos abalos. Nas ruas ele não viu destruição, mas a imagem do asfalto parecendo gelatina e os prédios balançando de um lado para o outro não vai sair de sua cabeça. ”

Não sabia o que fazer, fiquei apavorado e sem ação”, conta o paulista, que precisou ser transferido do hotel para a casa de uma família. Ele admitiu que não conseguiu fechar os olhos naquela noite, com medo de um novo terremoto.

E como foi fazer um show de humor dois dias após uma das maiores tragédias da história do país?” Realmente foi esquisito, muita gente que já havia comprado ingresso preferiu não sair de casa e o ambiente estava triste”, afirmou Gus. Mas apesar da terrível experiência, ele deve voltar ao Japão dentro de um mês, para novos espetáculos para os brasileiros da região. O show não pode parar e nem a vida daqueles que vivem no país que registra a maior atividade sísmica do planeta.

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