Histórico

Cai número de imigrantes que atravessam a fronteira entre México e EUA

Um dos motivos seria reforço na fiscalização. Número de policiais dobrou nos últimos anos

Número de policiais dobrou nos últimos anos

Da Redação com Brazilian Voice – A morte da brasileira Suenne Ferreira Lima, de 28 anos, que teve um fim trágico ao tentar atravessar o deserto na fronteira entre México e EUA na última semana, ainda é recorrente, mas não tanto quanto há alguns anos. Uma pesquisa divulgada pelo jornal Washington Post mostra que nos últimos anos, cada vez menos imigrantes tentaram entrar clandestinamente nos Estados Unidos. No pico da onda migratória em 2000, 1.6 milhão de indocumentados entraram no país. Desde 2012, o número caiu para 400 mil e, durante o último ano fiscal, caiu mais 28%. Apesar da queda, inúmeros conservadores ainda temem que a “invasão de indocumentados” ameace seu estilo de vida. Medir o fluxo de indocumentados é difícil e os especialistas não chegam a um acordo.

A principal razão para a queda da imigração indocumentada seria a melhoria da segurança na fronteira. Atualmente, o número de patrulheiros na fronteira dos EUA com o México dobrou para mais de 18 mil. Além disso, o governo Obama investiu em tecnologia de ponta, como drones (objetos voadores) e sensores, gastando milhões de dólares em segurança na fronteira.

Há poucos anos, alguns estudiosos diziam que havia 30 milhões de imigrantes indocumentados no país, quando demógrafos calculavam haver pouco mais de 12 milhões. A maioria dos especialistas utiliza dados colhidos pelo Censo, que especificam o país de nascimento do entrevistado e comparam com o número de pessoas nascidas no exterior. Eles analisam o número de residentes permanentes que têm o greencard, trabalhadores temporários, asilados e cidadãos naturalizados e o subtrai do total dos residentes nascidos no exterior, sendo o resíduo o número de indocumentados.

Esses estudos revelaram uma queda drástica não somente no número de imigrantes mexicanos indocumentados, mas também na quantidade daqueles que desejam imigrar. Wayne Cornelius, que pesquisa mexicanos no estado de Yucatan, descobriu a queda significativa na quantidade de indivíduos que planejavam imigrar aos EUA, segundo o jornal Washington Post. Em 2006, 24% dos entrevistados disseram que planejavam imigrar nos próximos 12 meses. Já em 2009, durante a crise econômica, tal número caiu para 8%. Este ano, despencou para 2.5%.

Esses índices reforçam as estatísticas oficiais que os imigrantes chineses substituíram os mexicanos como o maior grupo de estrangeiros ano passado. A população mexicana nos EUA caiu nos últimos anos, pela primeira vez desde a crise econômica.

A mudança demográfica também é outro fator. Os mexicanos estão tendo muito menos filhos que no passado. Em 1960, a média de fertilidade das mulheres mexicanas era de 7.3 crianças; atualmente é de 2.4 crianças, pouco acima da média de 2 crianças nos EUA. Além disso, os mexicanos são melhores educados que antes, permitindo o surgimento de mais oportunidades em seu país de origem, onde a economia cresceu mais rapidamente que nos EUA depois da recessão econômica.

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