Histórico

Câmara de Comércio organiza evento para debater o impacto das eleições brasileiras

Painel abordou as perspectivas em caso de vitória tanto de Dilma Roussef quanto de José Serra

O ‘timing’ não poderia ser mais apropriado. Dois dias após a divulgação dos resultados oficiais das eleições brasileiras em seu primeiro turno, que levou Dilma Roussef e José Serra para um novo embate no dia 31 de outubro, a Câmara de Comércio Brasil Estados Unidos da Flórida realizou um debate para traçar um panorama do cenário atual, em especial com relação aos impactos para os negócios entre os dois países. Além da presença do presidente da entidade, Eduardo Santos, e do cônsul geral do Brasil em Miami, Luiz de Araujo Castro, o evento teve na mesa a participação do economista Paulo Leme, do consultor Alexandre Barros e do cientista político Paulo Sotero.

A mediação do painel ficou a cargo do professor Jerry Haar, da Florida International University, que introduziu o debate com um comentário irônico. “Um amigo brasileiro disse que o deputado mais votado do país é um palhaço. Grande coisa, aqui nos Estados Unidos temos 435”, brincou Haar, numa referência à Câmara dos Representantes americana. O primeiro a falar foi Sotero, que minimizou as chances de Serra virar a eleição no segundo turno. “É até possível, mas improvável”, disse. Ele acredita que o fato de Dilma não ter conseguido ser eleita no dia 3 de outubro foi um baque para o governo, pois mostrou que o presidente Lula não transferiu tantos votos para sua candidata quanto pensava que faria. “E infelizmente os dois candidatos não devem motivar o eleitor, especialmente no exterior, a voltar às urnas”, lamentou Sotero.

Críticas

Alexandre Barros também prevê um equilíbrio maior no segundo turno, o que para ele é um ponto positivo. “Não gosto de um governo muito forte”, argumentou. Ele criticou ambos os candidatos e considera que os brasileiros votaram no primeiro turno de forma conservadora, pois não queriam muitas mudanças em suas vidas. Já Paulo Leme, destacou os desafios a curto prazo que o próximo presidente vai enfrentar, independente da vitória da petista ou do tucano. “Serão necessárias reformas estruturais, da previdência, tributária, política.

Mesmo assim, acho que o Brasil vai continuar experimentando um crescimento forte nos próximos anos”, espera o economista.
Em um ponto, todos concordaram: o apoio de Marina da Silva, do PV, será fundamental para a vitória no segundo turno, especialmente no caso do tucano. “Isso pode equilibrar a disputa”, confirmou Sotero. Outra unanimidade de opinião foi quanto à participação brasileira no âmbito internacional. “Dilma e Serra não são figuras tão carismáticas quanto Lula e Fernando Henrique”, atestou Barros.

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