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Carioca acusado de golpe no Brasil está em Orlando

Amigos de suspeito o acusam de ter fugido do Rio de Janeiro com mais de R$ 20 milhões

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Rafael Miranda Caram é acusado por pelo menos 50 amigos

Rafael Miranda Caram é acusado por pelo menos 50 amigos

Da Redação (com G1) – O empresário brasileiro Rafael Miranda Caram é acusado por pelo menos 50 amigos de ter fugido para Orlando com pelo menos R$ 20 milhões num esquema de pirâmide financeira. Segundo as vítimas, o suspeito que morava na Barra da Tijuca, Rafael recrutava pessoas para aplicar dinheiro num fundo de investimento que daria lucro de 16% do valor investido a cada 40 dias. Ou seja, um retorno 20 vezes maior que a caderneta de poupança, por exemplo. O valor mínimo a ser investido seria sempre de R$ 50 mil. Com o tempo, no entanto, começaram a perceber os indícios de que estavam investindo em uma pirâmide.

A maioria das vítimas fez registro de ocorrência e compareceu novamente à delegacia na tarde de quarta-feira (20). Eles criaram um grupo na internet para contabilizar os prejuízos e trocar informações para tomar as providências legais contra o suposto estelionatário. A suspeita é de que pessoas de fora do Rio de Janeiro também tenham caído no golpe. As vítimas alegam que ele era uma pessoa simpática e sedutora que conseguia convencer qualquer um a investir em seu projeto.

O economista César Trotte, uma das vítimas, dise que entrou no investimento há um ano e meio e teve prejuízo de R$ 300 mil. Segundo ele, sem citar o esquema da pirâmide, Rafael inventou investimentos em aço, venda de diesel e até fraudou balanços da Petrobras para convencer os investidores. Para cada vítima, ele citava um tipo de investimento distinto.

“Ele é irmão de uma menina com quem eu estudei a vida toda. Sentamos para conversar e ele me pagou três jantares, fez um teatro como se fosse do ramo, fechando cotas de investimento. Coloquei R$ 30 mil inicialmente, tive lucro, e depois R$ 270 mil. Desde então, ele começou a travar o negócio. Aí ele dizia que teria a dobra, que ia dobrar os valores e vinha enrolando. Enrolou até outubro e novembro. Como ele viu que o cenário estava ficando feio, foi para os Estados Unidos”, explicou Trotte.

Responsável pelo caso, o delegado da especializada, Aloysio Falcão, comparou Rafael a Marcelo Nascimento da Rocha, que ganhou fama de “maior golpista do Brasil” em 2001 e a história virou até filme. De acordo com o delegado, por ser réu primário, caso seja condenado Rafael pegaria pena de dois a três anos por cada crime. Somadas, as penas podem chegar a 50 anos de prisão.

O site G1 tentou entrar em contato com Rafael Caram na noite desta terça-feira (17). Morando atualmente em Orlando, ele apenas passou o contato de quem seria seu advogado. O defensor, no entanto, disse que não poderia falar sobre o caso porque trabalha apenas para o pai do empresário e não tem relação com o caso. A equipe de reportagem voltou a questionar Caram, que então respondeu: “Meu advogado vai checar informações e vai entrar em contato com você na semana que vem, quando voltar de viagem”.

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