Histórico

Casal brasileiro chega à metade da viagem de volta ao mundo de carro

Eduardo e Lourdes chegaram a Miami depois de percorrerem 80 mil km e passarem por 24 países. Próximo destino é Europa e Ásia

Ana Paula Franco

Eduardo e Lurdes está em Miami e seguem viagem para Europa
Eduardo e Lurdes está em Miami e seguem viagem para Europa

O engenheiro portuário Eduardo de Almeida Prata, de 61 anos, e sua esposa Maria de Lourdes, de 60, fizeram o que muita gente tem vontade, mas não tem coragem: largaram tudo e saíram para conhecer o mundo. No caso deles, a aventura é toda feita a bordo de uma Hilux equipada com quarto, cozinha e banheiro. O casal saiu de Vitória (ES) em janeiro de 2014, percorreu todos os países da América do Sul, América Central, 35 estados dos Estados Unidos, inclusive o Alasca e chegaram à metade da viagem nesta quarta-feira (8) em Miami. Até agora foram percorridos 80 mil quilômetros de carro, num total de 24 países.

No início da próxima semana, eles irão despachar o carro num contêiner para Lisboa, Portugal, seguirão de avião para lá e darão continuidade à viagem desbravando o velho continente. Depois da Europa, será a vez da Ásia, Oceania, África e, por fim, retornarão ao Brasil em mais ou menos um ano e meio com um total de 90 países na bagagem.

“Quando me aposentei aos 60 anos, no último dia de trabalho depois de 35 anos como superintendente do porto de Vitória, deixei tudo que tinha de trabalho para trás e falei para minha esposa: vamos embora. Preparamos esta viagem um ano antes, deixamos tudo acertado no Brasil e pegamos estrada. Meus três filhos estão criados e me deram a maior força. A única coisa que eu disse para eles foi que eu gastaria cada centavo que ganhei a vida inteira neste projeto de volta ao mundo. Vou torrar tudo”, afirmou Eduardo.

Esta não é a primeira aventura pelo mundo do engenheiro. Há dez anos, Prata completou 50 anos, comprou uma moto sem nunca ter pilotado uma e viajou de Vitória ao Alasca, em seguida Europa e Rússia sozinho em cima de uma moto. Sobre esta viagem ele lançou o livro “Extremo das Américas: uma viagem de moto ao Alaska e ao Ushuaia”.

Aos Estados Unidos, Eduardo e Lu, como é conhecida, chegaram em janeiro, conheceram dez parques nacionais, foram até o Alaska, passaram três meses estudando inglês na Califórnia e conheceram outros 30 estados. “É uma experiência incrível, enfrentamos alguns problemas para estacionar o carro, alguns policiais se aproximam, mas faz parte da viagem. Conheci os lugares mais incríveis, isso sem contar o contato com novas culturas. Tudo sempre eu e minha esposa que ficamos 24 horas juntos”. Ele afirma que uma outro desentendimento é inevitável, mas que melhor companheira de viagem não poderia haver.

No diário de bordo postado no site http www.eduardoprata.com.br eles postam quase diariamente um diário de bordo com fotos, impressões dos lugares, curiosidades e dicas. Sobre o Alaska, por exemplo, Eduardo postou “Acordamos muito cedo, as noites não são escuras tomamos banho e café e às sete da manhá chegamos em Juneau, a Capital do Alasca. Estávamos preocupados porque o centro fica a 25 km do porto e não há ônibus circular, teríamos que pegar um taxi, se é que havia. Quando estávamos aguardando o elevador Sonia, uma garota simpática nos abordou e começou a falar em espanhol,começamos a conversar e ela disse que queria falar conosco porque vive em Juneau e não há muitas pessoas que falam espanhol. Quando chegamos na saída do ferry ela ofereceu uma carona até o centro. Ela também ficou empolgada com a nossa historia. Quando chegou no centro da cidade ela mostrou tudo, passamos próximos do glaciar e ainda nos levou de volta no ferry.

Ficamos imensamente gratos com tamanha gentileza e no momento a única coisa que poderíamos fazer era completar o tanque de combustível de seu carro. Ganhamos o dia conhecendo essa garota, são os astros novamente conspirando para realizarmos nossos desejos, nossos sonhos”, escreveram no diário de bordo.

Eduardo destacou que conheceu muitas pessoas legais pelo caminho, em especial brasileiros, que sempre estão dispostos a ajudar. “Por isso que quando cheguei ao sul da Flórida quis contar um pouco da nossa história para a comunidade brasileira. Somos muito gratos”, completou.

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