Histórico

China suspende intercâmbio com EUA

Ação é em resposta à venda de armas americanas a Taiwan

A China cancelou ou adiou uma série de contatos militares e diplomáticos com os Estados Unidos em protesto contra um pacote de US$ 6,5 bilhões de venda de armas norte-americanas a Taiwan. O porta-voz do Pentágono, major Stuart Upton, limitou-se a dizer que “a ação chinesa foi infeliz e resultará em oportunidades perdidas”.

O governo norte-americano anunciou na semana passada a venda de armas a Taiwan, que incluem helicópteros Apache e mísseis Patriot III, em notificação ao Congresso. A decisão veio três meses após o principal comandante militar norte-americano no Pacífico, almirante Timothy Keating, anunciar a suspensão da venda de armas para Taiwan. A suspensão foi vista à época como uma relutância dos EUA em contrariar a China antes da visita do presidente George W. Bush ao país por conta das Olimpíadas de Pequim.

Upton disse que visitas de oficiais de alto escalão de ambos os países e manobras conjuntas envolvendo ajuda humanitária a vítimas de desastres, que deveriam ocorrer antes do final de novembro, foram canceladas ou adiadas. No domingo, o porta-voz do Ministério chinês de Assuntos Exteriores, Liu Jianchao, destacou a “firme oposição” de Pequim ao plano de Washington, assim como o “sério” revés que as relações sino-americanas sofrem com ele.

Violação de princípios

Liu destacou que a decisão adotada por Washington viola severamente os princípios dos comunicados assinados entre China e EUA em agosto de 1982 sobre a venda de armas a Taiwan, interfere em extremo nos assuntos internos do gigante asiático, põe em perigo a segurança nacional da China e obstaculiza o desenvolvimento pacífico das relações entre Pequim e Taipé. “É natural que um movimento assim desperte uma grande indignação no Governo e povo chinês”, acrescentou Liu, advertindo “severamente” Washington que “só há uma China no mundo e Taiwan faz parte dela”.

Ele acrescentou que os EUA deveriam cumprir seu compromisso de respeitar a política de uma só China e opor-se “à chamada independência taiuanesa”, e sustentou que ninguém poderá evitar que o governo e o povo chinês rejeitem as interferências externas.

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