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Comunicação: Esta é a arte de se fazer entender e de compreender os outros com mais facilidade

Por: Rosana Brasil

O ser humano aprende a se comunicar no momento en que nasce. Falar a mesma língua é central para a transmissão da informação. Muitas vezes nos esquecemos da importância de falar a mesma língua, para podermos contar histórias, fazer solicitações, reclamações, manipular ou encantar um ao outro.

Comunicação, de acordo com o filósofo russo Mikhail Bakhtin, é olhar nos olhos do outro com os olhos do outro. Ou seja é ser capaz de, por um momento, suspendermos o nosso próprio ponto de vista e olharmos a situação sob o ponto de vista do outro.

Um das funções chave em qualquer relacionamento, seja no local de trabalho ou entre familiares, é ser capaz de se comunicar eficientemente. À habilidade de se comunicar efetivamente, ajuda as pessoas receber e compartilhar informações, definir e entender metas, e mesmo evitar os efeitos negativos do conflito e da confusão.

Os estudos também mostram que essa comunicação constroi concordância, aumenta relacionamentos, promove autoconfiança e tem um efeito positivo no ser humano, uma vez que buscamos incessantemente formar conexões ou relacionamentos uns com os outros no ambiente familiar ou de trabalho. Portanto, é quando estamos em relação ou conexão com outros que descobrimos quem somos e sentimos com maior intensidade a nossa experiência. Destarte, existem apenas verdades individuais, esperando para serem descobertas e compartilhadas.

Elementos básicos para uma boa comunicação:

Expressão Corporal: Pode ajudar a comunicar franqueza ao manter seus braços descontraído e não cruzado. Espelhe a linguagem de corpo de outros. Por exemplo, se a pessoa inclina-se ou cruza as pernas enquanto fala, tente (discretamente) imitar seus movimentos de corpo. Comunicadores usam esta técnica para relaxar sua audiência e fazer com que se sintam ‘em casa’ durante sua conversa.

Focalize no tom de sua voz. Evite mexer-se quando fala. Evite movimentos excessivos de mão, tais como jogando com objetos (tal como uma caneta ou uma xícara). Para manter as pessoas focalizadas em sua mensagem, tente permanecer descontraído, falar claramente e manter contato visual.

Mostre interesse. Tente inclinar-se levemente quando escuta os outros. Tente investigar suavemente e periodicamente para ver se entendeu tudo corretamente. Quando expressamos nossos sentimentos e pensamentos, solicitamos uma resposta do ouvinte. Quando não somos capazes de distinguir ou captar a mensagem do outro ou o estado emocional do outro, expressamos como nos sentimos e pensamos, causando um enfraquecimento na comunicação. Escutei você dizer que teve uma experiência muito difícil esta semana, estou correta?

Respeite o espaço de outros. É muito apropriado levar em consideração o espaço pessoal, quando comunicar-se face a face com outra pessoa.

A comunicação clara e objetiva nunca é intencionalmente ofensiva. Comunicação agressiva, por outro lado, emprega tipicamente táticas de intimidação, tal como usando palavrões, apontando o dedo ou gritando, e é conduzida com um descuido para com os pensamentos ou sentimentos de outros.

A maioria dos conflitos em local de trabalho e em relacionamentos familiares tem sua raiz no miscommunication ou interpretação errônea do conteúdo da mensagem recebida. A prática dos elementos básicos de comunicação pode ser um recurso inestimável em situações difíceis. Comunicação não é sempre fácil, mas, quando as regras básicas de comunicação são aplicadas, as possibilidades de ser entendido e de entender o ponto de vista dos outros são dramaticamente aumentadas.

O neurologista Antônio Damasio nos lembra que talvez a coisa mais indispensável que podemos fazer todos os dias de nossas vidas seja lembrar a nós mesmos e aos outros a complexidade, fragilidade, limitação, e a singularidade de cada um de nós. Destarte, se recusarmos a aceitar a função das emoções que nos ligam um ao outro, perderemos nossa capacidade de compreender e identificar-se com os sentimentos, pensamentos e experiências de outra pessoa, perderemos nossa essência de ser um ser social e isto, com certeza, afetará nossa habilidade de se comunicar com outra pessoa.


Rosana Brasil é terapeuta de casais e de família, com consultório no Canadá. Ela escreve artigos sobre relacionamento de casais e de família sempre procurando melhorar a compreensão de aspectos da vida das pessoas.

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