Histórico

Contra o racismo, jogador imita macaco em campo no Peru

Walter Ibañez, do Alianza Lima, usou a ironia para rebater ofensas racistas da torcida adversária

Walter Ibañez, do Alianza LimaDA REDAÇÃO COM GLOBO ESPORTE

O futebol peruano voltou a presenciar um caso de racismo, meses após o brasileiro Tinga ouvir gritos de macaco nos campos do país no início do ano. No melhor estilo Daniel Alves, que há poucos meses comeu uma banana atirada em campo, o zagueiro Walter Ibañez, do Alianza Lima, usou a ironia para rebater ofensas racistas da torcida adversária, em um jogo válido pelo Campeonato Peruano, na noite da quarta-feira (30). 

Diante dos gritos de macaco da torcida do Cienciano quando alguns de seus companheiros de equipe pegavam na bola, o jogador imitou um gorila após marcar (de pênalti) o gol de empate – o Cienciano venceu a partida em Cusco por 2 a 1. Os demais jogadores do Alianza Lima tentaram fazê-lo desistir da ideia, sem sucesso. Após a partida, ele explicou sua decisão e justificou dizendo que só tomou a atitude para defender os companheiros.

“Você não pode permitir esse tipo de coisa, mas nesta cidade parece que gostam de ignorar as regras. Se eu ofendi alguém com a minha comemoração, peço desculpas, não era minha intenção. Foi uma atitude de cabeça quente pelo que se passava com os meus companheiros de equipe – confessou o zagueiro. 

 Ibañez  não foi ofendido diretamente, apenas outros jogadores do Alianza Lima, como Julio Landauri”, que demonstrou sua insatisfação.
“A partida deveria ser interrompida, mas ele (o árbitro) continuou com o jogo. Quem não ouviu nada, deve ser porque está surdo – disse Landauri.

No início do ano, o brasileiro Tinga teve um problema semelhante no país. Em duelo pela Libertadores com o Cruzeiro em fevereiro, torcedores do Real Garcilaso imitaram sons de macaco quando o volante pegava na bola.

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