Histórico

Cruz Vermelha visitará detidos de prisões secretas da CIA

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou nesta quinta-feira que visitará “nos próximos dias” os suspeitos de terrorismo que tenham sido levados de prisões secretas controladas pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos para a prisão da base naval de Guantánamo (Cuba).

A porta-voz da organização, Antonella Notari, disse que Washington deu garantias de que as visitas poderão ser feitas nas “condições freqüentes” para os delegados do CICV.

Isso inclui “o acesso a todas as pessoas detidas em Guantánamo, a autorização para repetir a visita à mesma pessoa no futuro e que as reuniões com os detidos de nossa escolha serão realizadas de modo livre e particular, sem a presença de testemunhas”, explicou.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, reconheceu ontem pela primeira vez que a CIA tem prisões secretas em diferentes lugares do mundo, nas quais assumiu que os serviços secretos interrogaram importantes suspeitos de terrorismo.

Bush afirmou que 14 prisioneiros que estavam nesses centros foram levados para a base militar de Guantánamo.

Reunião

Notari afirmou que o CICV “esclarecerá se os detidos transferidos são mesmo 14”, pois seu objetivo é poder se reunir com “todas as pessoas” que tenham estado em prisões secretas.

A porta-voz afirmou também que a instituição humanitária pediu às autoridades americanas uma lista de todas as pessoas detidas em Guantánamo, “que eventualmente pode ser completada durante a visita”. O CICV já registrou “pouco mais de 450 detidos” na base naval.

Notari lembrou que as visitas permitem ao CICV facilitar o contato entre os detidos e suas famílias, além de vigiar se os prisioneiros estão sendo tratados de acordo com os princípios do direito internacional.

Washington permite desde o início de 2002 a visita regular de delegados da instituição internacional a suas instalações de detenção em Guantánamo.

A Cruz Vermelha mantém uma comunicação reservada com a Administração americana para transmitir a ela suas preocupações e recomendações sobre as condições de detenção observadas.

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