O conselho das autoridades policiais é para sempre portar documentos ao sair de casa
Nestes tempos trenebrosos, onde o medo toma conta das comunidades de imigrantes, uma lufada de sensatez está soprando sobre os brasileiros e latinos que vivem e/ou circulam pelas ruas e avenidas do condado de Broward.
Em reunião ocorrida uma semana atrás, no escritório do sheriff de Broward, Al Lamberti, uma comissão de brasileiros representando diversas entidades discutiu com as autoridades policiais uma maneira para evitar que nossos compatriotas sejam levados às prisões pelo simples fato de estar dirigindo automóveis sem a carteira de motorista válida.
O presidente da Associação dos Pastores da Flórida, Carlos Patente, foi um dos integrantes da comissão. Ele disse que o principal aspecto do debate foi a questão dos indocumentados em relação aos policiais que patrulham o condado.
Segundo Patente, as orientações de Lamberti e seus subordinados foram no sentido de os imigrantes procurarem, ao máximo, evitarem criar situações onde possam ser abordados por policiais, como, por exemplo, exceder o limite de velocidade permitido nas vias.
“Outra coisa muito importante é não confrontar o policial. Eles são orientados a pedir documentos e a pessoa abordada precisa cumprir a lei. Portanto, o conselho é para que as pessoas saiam de casa, sobretudo se estiverem dirigindo carros, portando documentos de identificação. Pode ser passaporte ou qualquer documento que comprove o nome e a fotografia da pessoa”, explicou Patente.
Nunca minta para um policial
É natural muita gente ter medo de ser detida por causa de seu status imigratório no país. Em função disto, tentam fugir ou se negam a mostrar documentos ou, pior ainda, mentem para os policiais. “Nunca se deve mentir para um policial. Isto é considerado uma ofensa grave. A melhor política é dizer a verdade e apresentar um documento de identificação. Assim, pode ser castigado somente com uma multa de trânsito”, esclareceu Patente.
Como o próprio Sheriff confirmou, as autoridades policiais não possuem poder de agentes de imigração, atribuição conferida ao ICE, divisão de capturas do Departamento de Imigração dos EUA, um órgão federal. Já os policiais integram os quadros de funcionários estaduais, ou de condados e municípios. “Eles somente atuam neste sentido quando solicitados pelo ICE, mas isto não faz parte da tarefa dos policiais do Broward Sheriff Office”, revelou o presidente da Associação de Pastores da Flórida.
Portanto, ratificando o conselho das autoridades policiais, deve-se sempre carregar no bolso ou na bolsa documentos de identificação e ser cortês quando abordado por um policial. Afinal, ele está lá para cumprir seu dever. Desta maneira, reduzem-se bastante as possibilidades de uma simples multa de trânsito transformar-se em processo de deportação.
Além do pastor Patente, integraram a comissão Aloysio Vasconcellos, presidente do BBG-Brazilian Business Group; Paulo Schneider, do Centro Comunitário Brasileiro; Carlo Barbieri, do Rotary Club West Boca; padre Volmar Scaravelli, da Igreja Católica Nossa Senhora Aparecida; pastor Silair de Almeida, do Conselho de Cidadãos; Eder Auler, do PAIS (Projeto de Assistência aos Imigrantes Scalabrini); Laine Furtado, editora da revista Linha Aberta, e o pastor Leidimar Cesar Lopes, que atuou como intérprete.
