Problema maior está nas grandes cidades do País
Os últimos dados do Ministério das Cidades mostram o que está a olhos vistos, especialmente nas metrópoles brasileiras: O déficit habitacional do País está em 5,8 milhões de lares. O problema se concentra nas áreas urbanas (82%) e, é claro, nas camadas mais carentes da população – em especial com famílias cuja renda não passa dos três salários mínimos (89,2% do total).
A pesquisa contabilizou, inclusive, algumas residências improvisadas, barracas, casas em favelas etc. Segundo Melissa Giacometti de Godoy, doutora em geografia humana, tais domicílios são caracterizados pela absoluta falta de infraestrutura, que não merecem ser qualificadas como ‘lares’.
Uma das capitais mais carentes de residências é o Recife. Dados da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) estima em 80 mil unidades o déficit habitacional da maior cidade pernambucana. A Prefeitura rebate e argumenta que esses números estão defasados, porque, nos últimos dez anos, mais de 3,6 mil unidades habitacionais foram construídas na capital. “Pelo que a gente observa, a prioridade é dar espaço para avenidas e construção de prédios, empurrando as comunidades pobres para longe”, relata Adelmo Araújo, coordenador da Fase.