Histórico

Deportação suspensa para aluna de North Miami

Daniela Pelaez e a irmã Dayana poderão ficar mais dois anos nos EUA e a advogada delas promete lutar pela permanência definitiva

DA REDAÇÃO – Daniela Pelaez, oradora da North Miami Senior High School ameaçada de deportação, poderá permanecer mais dois anos nos Estados Unidos sem medo de ser deportada, confirmou sua advogada.

A notícia chegou depois de um grande rally promovido em sua escola que deu dimensão nacional ao seu caso. “Ela está muito feliz que poderá terminar a escola secundária e fazer os exames finais com a cabe;ca fresca”, disse Nera Shefer, sua advogada.

Ela afirmou que Daniela Pelaez e sua irmã, Dayana, receberam um adiamento de dois anos, o que significa que as autoridades de imigração federal não executarão nenhuma ordem de deportação durante este período. “Dois anos é bom, mas não é o objetivo final,” admitiu Shefer.

Nestor Yglesias, porta-voz do Serviço de Imigração e Cidadania dos EUA (USCIS), ratificou que o órgão postergará a ação por dois anos.”O órgão está exercendo o critério processual, com base no caso a caso, como necessidade de concentrarmos recursos em nossas prioridades”, revelou Yglesias em um comunicado.

Ele disse que o órgão está focado no cumprimento da lei de imigração de maneira “inteligente e efetiva” para remover imigrantes que são criminosos, cruzaram a fronteira recentemente ou violaram a lei de imigração de maneira acintosa.

Near Shefer comentou que as próximas saídas legais devem abrir caminho para uma extensão por mais dois anos e também entrar com uma apelação contra a ordem original na próxima semana. “Se ganharmos isto e revertermos a decisão do juiz de imigração, ela poderá ficar aqui permanentemente”, concluiu a advogada.

Na sexta-feira passada, mais de 2,600 estudantes, professores e membros da comunidade tomaram as ruas de North Miami para protestar contra a ordem, segurando cartazes e cantando “Justiça para Daniela”. Foi a maior demonstração de imigração no sul da Flórida desde que o presidente George W. Bush propôs a legalização de milhões de imigrantes indocumentados em 2004.

Daniela Pelaez veio para os Estados Unidos com quatro anos de idade junto com sua família, vinda de Barranquilla, Colômbia. Seu irmão serve no exército dos EUA e se tornou cidadão americano. Sua mãe está retida na Colômbia depois de ter retornado em 2006 para se tratar de um câncer de cólon. Seu pai, Antonio Pelaez, recebeu a residência por intermédio de seu irmão.

Sua advogada disse que uma combinação de coisas, incluindo apoio da comunidade, ajudou a ganhar a prorrogação. Diversos políticos, inclusive a deputada federal Ileana Ros-Lehtinen, escreveram cartas ao ICE para pedir leniência em nome de Daniela.

No ano passado, o governo Obama sinalizou que seria mais compreensivo como casos como o de Daniela, que não possui recorde criminal, tem alguma criança que necessita de cuidados coma saúde, que foi vítima de violência doméstica ou de um crime ou que chegou no país quando criança.

Alberto Carvalho, supervisor do Departamento Escolar de Miami-Dade, comentou: “Enquanto comemoramos esta vitória temporária dela, devemos insistir num diálogo nacional que terminará de uma vez por todas com esta situação de jovens e crianças que não merecem viver em um temor constante sobre um futuro incerto”.

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