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Desacordos freiam a reforma no Senado

Com só duas semanas para finalizar o debate, teme-se que o plenário não chegue a uma votação final antes de 4 de julho

Com só duas semanas para finalizar o debate, teme-se que o plenário não chegue a uma votação final antes de 4 de julho

O Senado encerrou sua semana de trabalho com apenas um voto sobre emendas para o projeto de lei de reforma imigratória. Republicanos e democratas não têm conseguido um acordo para avançar, enquanto cresce a preocupação com o tempo disponível para se chegar a uma votação final.

Já são três sessões legislativas suspensas. O tema de discussão entre ambos partidos no Senado são as regras sob as quais serão votadas as emendas e sua ordem.

O líder da maioria, Harry Reid (democrata de Nevada) insiste que exigirá uma margem de 60 votos para as iniciativas que forem mais controversas. Assim foi feito com a única proposta votada na quinta-feira (13) do senador Chuck Grassley (republicano de Iowa) que proibia iniciar a legalização de indocumentados até que o Departamento de Segurança Nacional tivesse controle efetivo da fronteira por seis meses.

“Esta não é a maneira adequada para começar. Necessitamos um processo de emendas que possa ter sucesso. É claro que a aproximação deste projeto de lei é legalizar primeiro e ter controle da fronteira depois. Este foi nosso erro em 1986”, disse Grassley.

Cinco republicanos, 50 democratas e dois independentes votaram contra a emenda de Grassley, derrotando-a por uma margem de 57 a 43.

Mas agora, com mais de 99 emendas na fila para serem votadas, é crucial que republicanos e democratas cheguem a um acordo sobre como prosseguir. “Já deveríamos estar votando. Isto não nos ajuda a avançar e me preocupa”, disse a senadora Bárbara Boxer (democrata da Califórnia).

Fontes na liderança republicana insistiram que certas emendas devem ser votadas com uma maioria simples (51 votos). Entretanto, fontes do gabinete do senador Reid enfatizaram que “não abrirão um precedente que exponha emendas sensíveis, sem uma margem de 60 votos”.

Líderes pró-imigrantes como Ali Noorani, diretor do National Immigration Forum (NIF), demostraram sua preocupação com o ritmo do andamento no Senado. “O relógio está correndo”, alertou. A meta é obter uma votação final no Senado, antes do recesso de 4 de julho. Mas agora, se republicanos e democratas não conseguirem um acordo, este prazo pode ser comprometido.
Postura conservadora

O senador Jeff Sessions (foto), um dos principais opositores do plano imigratório, explicou que se oporá a jornadas intensivas para votar emendas como ocorreu em outras ocasiões com projetos de lei controversos.

O plano de Grassley e outra proposta do senador John Cornyn (republicano do Texas) concentraram o debate do Senado na segurança da fronteira. A nível privado, os autores do projeto de lei sobre reforma imigratória estão negociando uma proposta nesta área que dê votos para os republicanos, mas não ameace o processo de legalização para os indocumentados.

“A emenda definirá formas que nos possam assegurar que obteremos 90% do controle operacional efetivo da fronteira – que tenhamos suficientes fundos dedicados para isto e outras medidas, enquanto mantemos os parâmetros que os democratas possam apoiar”, explicou John McCain (republicano do Arizona), após uma reunião com o presidente Barack Obama.

No momento, existem cinco emendas na fila para votação, no início da próxima semana. Entre elas, uma que exige a construção de 1,126 quilômetros de muro na fronteira, antes que os indocumentados possam obter residência permanente.

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