Histórico

Economia dos Estados Unidos cresce 4% no segundo trimestre

Números positivos podem afetar a economia brasileira tanto positiva como negativamente

DA REDAÇÃO COM G1 E JORNAL DO BRASIL

A economia dos Estados Unidos cresceu 4% no segundo trimestre, em taxas anuais, segundo dados divulgados na quarta-feira (30) pelo Departamento do Comércio. O número mostra recuperação da economia do país após a queda de 2,1% registrada no Produto Interno Bruto (PIB) no trimestre anterior (dados revisados).

O crescimento é o maior desde o terceiro trimestre de 2013, quando o PIB norte-americano teve alta de 4,5%. Os números divulgados nesta quarta são uma primeira estimativa, e ainda passarão por revisões nos próximos meses. Em valores correntes – o valor de mercado da produção de bens e serviços do país – o PIB cresceu $250,7 bilhões no segundo trimestre, para $17,295 trilhões.

Segundo o Departamento do Comércio, o crescimento do PIB no segundo trimestre reflete principalmente contribuições positivas dos gastos das famílias, investimentos privados, exportações, investimentos fixos não residenciais, gastos de governos locais e estaduais e investimentos residenciais.

Dólar
Como consequência, o dólar subiu ante o real nesta quarta-feira (30), seguindo o movimento no exterior e se aproximando de R$2,25, após a economia americana surpreender positivamente, alimentando expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, teria margem para aumentar os juros mais cedo que o esperado.

Efeito no Brasil
Para os economistas brasileiros, o Brasil pode tanto ganhar quanto perder com a melhora da economia americana. Segundo Vander Lucas, professor de economia da Universidade de Brasília (UNB), o crescimento acima da média do PIB dos EUA pode incrementar as exportações brasileiras. “Com o PIB a 4% o setor de importações dos Estados Unidos fica aquecido e, como nossa economia tem uma certa dependência da economia americana, isso pode dinamizar nossas exportações. A demanda deles aumenta e a gente se beneficia”, explica.

Roberto Elery, professor de economia da UNB, destaca que os Estados Unidos são o segundo país que mais compra produtos brasileiros e que isso realmente pode vir a beneficiar a economia brasileira. No entanto, o outro lado da moeda é preocupante. “O aquecimento da economia dos Estados Unidos também afeta a economia de outros países. Temos o efeito positivo do aumento das exportações, mas existe o perigo do crescimento da economia americana acarretar um aumento da taxa de juros”.

Com isso, segundo o especialista, os recursos que o Brasil tem investido na própria economia podem ir sumindo aos poucos. “A tendência é que os dólares investidos no Brasil retornem para a economia americana”.

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