Histórico

Embaixada cubana é reaberta em Washington em dia histórico

Reabertura da embaixada de Cuba na capital dos EUA sela retomada de relações entre EUA e país caribenho; embaixada americana será reaberta em Havana em 14 de agosto

Embaixada cubana é reaberta em Washington em dia histórico

DA REDAÇÃO (com UOL e agências de notícias) – A segunda-feira 20 de julho é um dia histórico tanto para Cuba quanto para os Estados Unidos. A razão é a reabertura, após 54 anos, da embaixada cubana em Washington e da embaixada americana em Cuba. Na terra de Fidel Castro, a bandeira americana só será hasteada em 14 de agosto com a presença do secretário de Estado de EUA, John Kerry, que viajará para Havana nesse dia.

Em Washington, a abertura é comandada pelo chanceler Bruno Rodríguez Parrilla e tem cerca de 500 convidados, incluindo 30 cubanos que viajaram este fim de semana de Havana para os EUA. Parrilla será recebido por Kerry na sede do Departamento de Estado. Ele será o primeiro chanceler da ilha a visitar os Estados Unidos desde 1959 e estará acompanhado da vice-presidente da Assembleia Nacional Cubana, Ana María Mari Machado, de outros membros do Parlamento, ex-diplomatas e representantes dos setores cultural, científico e sanitários e de movimentos sociais.

Por enquanto, as embaixadas serão encabeçadas por responsáveis de negócios. No caso de Havana, o posto será exercido por José Ramón Cabañas, atual chefe do Escritório de Interesses de Cuba em Washington. Por sua vez, o diplomata Jeffrey DeLaurentis comandará interinamente a sede diplomática norte-americana em Havana até que um embaixador seja designado, embora a imprensa local especule que ele mesmo deve ser o escolhido.

Novo mastro
A embaixada cubana em Washington fica no mesmo prédio da que fechou as portas há mais de meio século, em um edifício centenário que sobreviveu a décadas de inimizade política e dificuldades econômicas. Um novo mastro para içar a bandeira, um jardim renovado e um muro recém-pintado deram as boas-vindas aos 500 convidados americanos e aos 30 membros da delegação cubana que assistiram à histórica cerimônia de reabertura da Embaixada de Cuba em Washington.

Embora a mansão em estilo francês tenha perdido a categoria de embaixada em janeiro de 1961, após a ruptura de relações diplomáticas, desde 1977 funcionou como Escritório de Interesses de Cuba em Washington, sob a proteção do governo tcheco e depois do suíço. A placa que se refere agora à Suíça na entrada do edifício deu lugar a um cartaz de “Embaixada de Cuba”, a tempo para a visita de Bruno Rodríguez, o primeiro chanceler cubano que visita oficialmente Washington desde 1959.

Maiores mudanças desde 61
Em 17 de dezembro de 2014, os presidentes dos EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, anunciaram as maiores mudanças nas relações entre os dois países desde a imposição do embargo norte-americano à ilha em 1961. Entre as medidas, estavam o início das conversas para a normalização das relações diplomáticas, a flexibilização do bloqueio econômico e a libertação, por parte dos cubanos, de 53 presos políticos.

No mesmo dia, Washington e Havana trocaram prisioneiros: enquanto Cuba libertou o norte-americano Alan Gross, que cumpria pena de 15 anos na ilha por espionagem, Washington soltou também os últimos três dos Cinco Cubanos presos nos EUA, também acusados de espionagem.

Em janeiro deste ano, os Estados Unidos e Cuba encerraram a discussão sobre temas migratórios, nas conversações em Havana para preparar o restabelecimento de relações diplomáticas depois de meio século.

Dois temas preocupavam particularmente Havana: o embargo econômico e a permanência de Cuba na lista americana de países que patrocinam o terrorismo, o que priva a ilha de créditos internacionais.

As duas partes abordaram o restabelecimento de relações, com a participação da secretária de Estado para o hemisfério ocidental, Roberta Jacobson, que tornou-se a funcionária americana de mais alto nível a visitar Cuba em 35 anos.

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