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Embaixadora americana no Brasil diz que o pior da crise entre os dois países já passou

Liliana Ayalde afirmou que extinção da exigência de visto a brasileiros foi tema que ficou paralisado durante crise

Embaixadora americana no Brasil diz que o pior da crise entre os dois países já passou

DA REDAÇÃO (com Exame) – A embaixadora americana no Brasil, Liliana Ayalde, afirmou em entrevista à Revista Exame que o pior da crise entre Brasil e Estados Unidos já acabou. Liliana assumiu a embaixada americana em setembro de 2013, quando a presidente Dilma Rousseff disse ao presidente Barack Obama que estava cancelando sua visita a Washington programada para outubro daquele ano. A decisão foi tomada após as revelações sobre o monitoramento das conversas de Dilma e de dados da Petrobras, realizado pelo governo americano. Com o quase congelamento dos contatos em Brasília, Liliana aproveitou para viajar pelo país e estreitar os laços com o mundo empresarial.

Em janeiro deste ano, a embaixadora percebeu uma mudança de posição do governo brasileiro, que voltou a dar prioridade à visita de Dilma aos Estados Unidos. “Começamos 2015 muito bem. A recente visita a Brasília de Joe Biden, o vice-presidente americano, é um sinal disso. Ele teve uma conversa muito positiva com a presidente Dilma. O ano de 2014 foi difícil. Mas, mesmo quando a relação entre os governos tem problemas, as pessoas dos dois países continuam conectadas. Isso fica claro em várias áreas, como nos negócios e no turismo. Na posse, a presidente falou que é hora de olhar para a frente. O momento hoje não poderia ser melhor.”

Segundo Liliana, uma visita de Dilma a Obama deve acontecer, mas depende de mais fatores. “O governo brasileiro quer fazer a visita, mas diz que precisamos ter uma agenda substantiva. O encontro entre os dois presidentes não pode ser apenas uma oportunidade para realizar um jantar de gala. É nisso que estamos trabalhando. Ainda não temos uma data.” A embaixadora, contudo, não estima uma data exata para o encontro. “Espero que até abril tenhamos uma agenda de consenso. Em abril ocorre a Cúpula das Américas, no Panamá. Será uma chance de os presidentes se verem, e devemos aproveitá-la. Temos esses meses para trabalhar.”

Fim do visto?
Sobre uma possível extinção da necessidade de visto para que brasileiros venham aos EUA, a embaixadora foi evasiva, sem confirmar nem negar que isso possa, um dia, ocorrer. “Esse é um dos temas que ficaram parados `com a crise`. O Brasil pediu para não continuar com a conversa. Vamos ver agora se esse tema será visto como prioritário. Isso é um processo que toma tempo. Temos regras muito duras. É preciso estabelecer sistemas de trocas de informação sobre passageiros. Antes de as conversas pararem, falava-se em fazer uma experiência piloto. Não se exigiriam vistos de algum grupo específico, como o de empresários, e se examinariam os resultados.”

Liliana Ayalde é fluente em português e espanhol. Formou-se em Artes pela Universidade Americana em Washington e fez mestrado em Saúde Pública pela Universidade Tulane, na Louisiana. Ela começou a carreira diplomática em 1982. Na sua carreira internacional, passou por países como Bangladesh, Guatemala, Nicarágua, Bolívia e Colômbia. Antes de vir exercer o cargo de embaixadora no Brasil, ela supervisionava relações bilaterais dos Estados Unidos com Cuba, Caribe e América Central. Entre 2008 e 2011, foi embaixadora dos Estados Unidos no Paraguai.

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