Histórico

Entidades tentam barrar a política de alívio das deportações

Enquanto milhares de imigrantes sonham com a possibilidade de não terem medo de serem deportados a qualquer momento, alguns ativistas acreditam que a política, que deve ser anunciada nas próximas semanas, pode ser bem mais modesta do que se espera. O que não falta são críticos e tentativas de barrar a política que ainda nem chegou ao papel.

Roy Beck, diretor da NumbersUSA, acredita que a tentativa do governo em rever as deportações pode ser um grande erro. “Sem a ameaça de deportação, ninguém vai sentir que deve deixar o país”, disse. A NumbersUSA é uma ONG que defende a imigração controlada para os Estados Unidos.

O sindicato dos agentes de imigração (cerca de 7 mil profissionais nos EUA) também é contra uma possível decisão do governo federal em dar prioridade a deportação de algumas pessoas. Para eles, se a política for aprovada signfica segurança para imigrantes legais. O sindicato já entrou com processo junto à justiça para barrar a política do governo federal que ainda nem foi anunciada. Eles argumentam que a política de diminuir as deportações vai interferir diretamente na missão dos agentes que é cumprir as leis de imigração do país e manter a segurança da comunidade.

No entanto, ativistas afirmam que a atual atuação do DHS é injusta. Eles lembram que há casos em que pessoas que foram pegas por dirigir sem carteira de motoristas, uma infração sem gravidade, foram deportadas porque violaram as leis de imigração. Um dos casos apresentados à imprensa durante a semana em que o presidente Barack Obama anunciou o estudo da nova política foi a do brasileiro Fabio S. (seu nome completo nao pode ser divulgado a pedido do seu advogado).

Em 2011, Fábio foi parado pela polícia no estado da Georgia porque dirigia sem o cinto de segurança. Seu advogado, Charles Kuck, lembra o brasileiro não tinha carteira de motorista, o que é uma falta leve, porém ele foi levado para a prisão e depois entregue à imigração.
O brasileiro vive nos EUA há aproximadamente dez anos e nunca cometeu crimes graves. O advogado disse que apresentou ao ICE cartas de empregadores, cartas da escola do filho do atestando o bom caracter do brasileiro e argumentando que ele não deveria ser uma prioridade na deportação.

Mesmo assim, o brasileiro ficou na lista de deportação até agosto de 2013, quando o ICE arquivou seu processo depois que o DHS recebeu pedidos de explicação enviados pelo The Wall Street Journal.

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